Borderlands 4 recebeu seu primeiro grande patch de balanceamento desde o lançamento — e, antes que você pergunte, sim: é um daqueles updates focados em buffar o que estava ruim, não em derrubar o que já tava quebrado. Gearbox deixou claro que a prioridade inicial é aumentar a diversidade de builds, dar espaço para experimentação e consertar habilidades que simplesmente não estavam entregando no fim do jogo. Para quem joga no PC, tem também uma melhoria de performance que resolve um problema que causava stutter pós-atualização — salva vidas, literalmente.
“Nosso objetivo é sempre fornecer aos jogadores as ferramentas e meios para construir seu Vault Hunter perfeito,” disse a Gearbox em comunicado. “Queremos que os jogadores experimentem e criem teorias sobre builds combinando diferentes equipamentos, firmwares, skills e árvores de especialização.” Esse é o norte do patch: buffs generalizados em skills subperformantes, ajustes para tornar invocações e melee mais viáveis no endgame e pequenas correções de qualidade de vida.
O que mudou — visão geral técnica
A ideia central aqui foi aumentar build diversity — ou seja, reduzir o gap entre escolhas consideradas obrigatórias e opções menos populares. Em vez de nerfar hard as builds mais fortes (algumas delas explorando interações não intencionais), Gearbox preferiu subir o patamar do resto do elenco. Isso faz sentido do ponto de vista de design: você garante relevância a mais caminhos de build antes de reestruturar o meta. Mas atenção: essas “builds quebradas” não são intocáveis para sempre; a equipe avisou que vai investigar e consertar interações indesejadas no futuro.
Principais pontos do patch:
– Buffs direcionados: Amon (considerado o mais fraco) recebeu aumentos substanciais, aproximando-o dos outros Vault Hunters. Vex e Rafa também ganharam buffs específicos para tornar invocações e melee mais viáveis no final do jogo. Harlowe teve ajustes para que Stasis entregue valor real.
– Foco em skills subutilizadas: muitas passivas e capstones tiveram aumentos percentuais de dano, duração ou redução de cooldown. Pequenas alterações de 1–3% em passivas podem parecer discretas, mas escalam muito conforme você pega pontos e builds focadas.
– QoL para PC: auto-clearing de shaders antigos na atualização para prevenir degradação de performance (resolveu casos de stuttering reportados).
– Atividades semanais e vending: o Weekly Big Encore agora usa uma variante mais difícil e com pool de loot mais generosa; as Wildcard Missions garantem um Legendary que pode ser farmado repetidamente; Maurice’s Black Market mudou de lugar e dos itens — lembre que a vending é diferente para cada jogador.
“Estamos empolgados com o futuro de Borderlands 4 e seu Roadmap pós-lançamento. Este é só o começo de um ano empolgante de atualizações e conteúdo, e mal podemos esperar para vivê-lo com a comunidade,” declarou a Gearbox.
Detalhes que importam para jogadores competitivos
Agora vamos pro nerdice: quem joga shooters competitivos e curte ajustar builds vai querer entender como esses números mudam escolhas de skill, ordem de pontos e prioridades de itens.
Harlowe
– Stasis Slam (Zero-Point) teve +30% de dano e Stasis Immune Damage +14.7%. Isso significa que builds que dependem de congelamento e aproveitamento de Stasis agora têm mais payoff direto por ponto de skill.
– Resultado prático: combos que dependem de aplicar Stasis e capitalizar com armas de burst ou efeitos elementais ficam mais confiáveis. Quer mais DPS com CC? Esses buffs ajudam.
Rafa
– APOPHIS Lance +10% de dano, plus ajustes em capstones e passivas que aumentam muita coisa de melee e sáturos de dano.
– Melee builds, antes mais situacionais, ficam muito mais viáveis no endgame; expectativas: players que preferem “chegar batendo” terão menos dependência de itens específicos para escalar.
Vex
– Invocações receberam boosts significativos: Phase Explosion +16.6%, Eldritch Blast +9.5%, e aumentos gigantescos em capstones/augments (algumas entradas até +100% em hazards).
– Isso altera o papel do Vex em grupos: ao invés de ser apenas suporte ou distração, suas summons podem contribuir DPS consistente, tornando possíveis builds centradas em summons para farm e lutas longas.
Amon
– Talvez o maior destaque: Scourge teve +50% no Maximum Vengeance (absorve mais dano e converte em dano com Forgewhip), Forgewhip +27%, e uma série de aumentos em augments e capstones (alguns chegando a +100% em Massive Forgewave).
– Em termos simples: Amon passa de “fraco” pra “competitivo”. Builds que giram em torno de Vengeance e consumo do Scourge agora escalam melhor, com maior sobrevivência e saída de dano.
Outros Vault Hunters (resumo)
– Cybernetics: aumentos em damage de forgesword/hammer, melhorias em restauração de cooldown e ordnance. Ideal para quem usa drones/skills como fonte principal de dano.
– Calamity (Onslaughter): buffs em cooldowns, aumento de dano de habilidades principais em dezenas de porcento, e melhorias em passivas que aumentam shield e status effect — ótimos para builds tanky ou com foco em explosões.
– Passivas em geral: várias que antes davam 2–3% por ponto passaram a 3–4% ou mais, o que muda a matemática de como você distribui pontos em árvores, especialmente em builds hybrid.
Por que isso importa? Porque aumentos modestos em passivas multiplicam com outros multiplicadores: se você tem +10% em skill base, +20% em mod e mais +15% por passivas, cada aumento influencia a curva de poder total. É aqui que o meta muda: pequenas porcentagens somadas viram saltos de desempenho perceptíveis.
Impacto no endgame e no co-op
– Mais builds viáveis = mais sinergia em grupos. Se Vex summons ou Amon consumíveis agora causam mais dano, times podem experimentar composições menos tradicionais. Imagine um grupo com um Vex que mantém adds ocupados e um Amon que converte Vengeance em danos massivos: isso altera prioridades de alvo e rotações em chefes.
– Para farm repetitivo (Weekly Wildcard / Big Encore), ter mais opções viáveis reduz a necessidade de depender de exploits ou mecânicas não-intencionais — e isso é o objetivo a médio prazo da Gearbox.
O que não mudou (ainda)
– Gearbox afirmou que está deixando builds overpowered por enquanto, priorizando buffs. No entanto, também declarou que está investigando interações em Class Mods, Rep Kits, Shields e Firmware.“Estamos investigando estatísticas e comportamentos em Class Mods, Rep Kits, Shields e Firmware para garantir que estão oferecendo caminhos para maior diversidade de builds,” disse a Gearbox. “Também planejamos corrigir uma série de interações não intencionais. Esses exploits impedem que criemos diversidade significativa de builds, pois trivializam conteúdos que deveriam apresentar desafio.” Tradução: espere nerfs direcionados nas próximas seasons para fechar loops abusivos.
Dicas práticas pós-patch
– Reavalie suas builds: especialmente se você joga com Amon, Vex ou Rafa. Pontos que antes eram “dump points” podem ter agora retorno real.
– Teste capstones: muitas capstones receberam mudanças grandes; algumas habilidades que pareciam apenas “cosméticas” agora oferecem cooldowns menores ou ganhos superiores de dano.
– Se joga no PC e sentiu stutter pós-patch anterior: atualize e cheque se o jogo limpou shaders antigos — o patch faz isso automaticamente.
Observações técnicas e de design
– A abordagem da Gearbox — buffar o fraco antes de nerfar o forte — é conservadora e busca preservar o metajogo saudável. Ela evita matar a sensação de poder dos jogadores que já encontraram combos divertidos, mas ao mesmo tempo abre espaço para novos estilos.
– Porém, existe risco: dar poder demais a opções historicamente fracas pode criar picos de poder inesperados quando combinados com certos itens. Por isso a investigação em Class Mods/Rep Kits/etc. é crucial.
– Do ponto de vista de performance, auto-clearing de stale shaders é uma correção técnica simples, mas com impacto grande. Muitas engasgadas no PC eram causadas por shaders não recarregados apropriadamente após atualizações — arrumar isso melhora experiência geral, especialmente em mapas com muita geometria e FX.
Para quem é jogador de shooters competitivos ou gosta de otimizar builds: este patch é um convite para experimentar. Quer testar um Amon full Vengeance? Ou um Vex com summons como secundário DPS? Agora faz mais sentido. E se você curte teoriacrafting, prepare-se: a Gearbox indicou que uma segunda leva de mudanças focada em exploits e interações não intencionais vem por aí. Quem vai ficar pra ver?
No fim das contas, o patch de 2 de outubro é mais sobre empoderar escolhas do que sobre nivelar para baixo. Melhor equilibrar o leque de opções sem apagar o que a galera já construiu. Se você é curioso: qual Vault Hunter você quer revisitar primeiro?