Silent Hill 2 Remake vendeu 2,5 milhões após Konami anunciar 3 jogos em outubro de 2022

Três anos após anunciar três jogos simultâneos, Konami revitaliza Silent Hill com sucesso comercial e crítico, equilibrando inovação e respeito à franquia em múltiplas mídias.
Escrito por:
Lucas Amaral

Três anos depois do anúncio bombástico de outubro de 2022 — quando a Konami revelou três novos títulos de Silent Hill ao mesmo tempo — fica claro que a estratégia não foi acidente. A ideia era simples e ambiciosa: não testar aos poucos, mas mostrar compromisso real com a franquia. O produtor Motoi Okamoto explicou esse raciocínio publicamente e deixou registrado o que muitos fãs já desconfiavam: a empresa quis sinalizar que Silent Hill tinha futuro, não era só um remake isolado para arrecadar nostalgia.

“Três anos atrás, em 2022, anunciamos três títulos: Silent Hill 2, Silent Hill f, e Silent Hill: Townfall. Não queríamos apenas anunciar um remake para ‘testar as águas’.” — Motoi Okamoto, produtor da série Silent Hill.

Okamoto detalhou o motivo prático dessa abordagem: anunciar várias frentes simultâneas reduz a percepção de risco e dá aos jogadores uma razão para se envolver com o IP novamente. Se a companhia espera pra ver, o público também vai esperar, disse ele nas entrelinhas. Uma decisão técnica e de marketing ao mesmo tempo — você não revive uma franquia icônica com passos tímidos. E havia também uma preocupação de público: como trazer fãs antigos sem afastar novos jogadores? A resposta foi clara no design do remake.

“O Silent Hill 2 Remake foi projetado pensando ‘metade em novos, metade em antigos clientes’, para garantir que pudesse atrair novas gerações ao mesmo tempo que respeitava o público fiel.” — Motoi Okamoto.

O resultado tem números que respaldam a aposta: Silent Hill 2 Remake vendeu 2,5 milhões de cópias, impulsionando o total da franquia para 10 milhões. Silent Hill f também performou bem, alcançando 1 milhão de cópias. No front das críticas, o remake recebeu 8/10 da IGN: “Silent Hill 2 é uma ótima forma de visitar — ou revisitar — um dos destinos mais aterrorizantes da história do survival horror.” Já Silent Hill f ficou com 7/10: “Silent Hill f apresenta um cenário novo e fascinante, mas o foco no combate corpo a corpo dá um risco que nem sempre funciona.”

O ecossistema criado pela Konami vai além dos jogos: há curtas, projetos de mídia e até retorno ao cinema, o que reforça a narrativa de retomada. A soma de remakes bem equilibrados, títulos novos e mídia adjacente deu ao estúdio uma plataforma para reconstruir confiança.

No fim, a pergunta que fica é: valeu a pena o risco? Dados e recepção apontam que sim — a Konami mostrou competência em planejar tanto do ponto de vista criativo quanto comercial. Para quem acompanha a série, resta avaliar os próximos passos: como manter o equilíbrio entre inovação e reverência ao material original sem perder a identidade do horror psicológico que consagrou Silent Hill?