Black Ops 6 terá teste grátis de 28 de outubro a 3 de novembro e colide com REDSEC

EA e Activision lançam testes grátis simultâneos de Battlefield REDSEC e Call of Duty: Black Ops 6, gerando disputa estratégica por público, engajamento e domínio no mercado FPS.
Escrito por:
Lucas Amaral

Ontem foi dia de tiro certo para quem acompanha FPS: enquanto a EA soltou de surpresa o battle royale REDSEC do Battlefield, a Activision anunciou um teste gratuito de Multiplayer e Zombies de Call of Duty: Black Ops 6 que começa justamente no mesmo dia. A janela do REDSEC é 28 de outubro às 8h PT / 11h ET — e a jogada da Activision vai de 28 de outubro até 3 de novembro. Coincidência ou estratégia? Vamos destrinchar o timing e o impacto disso tudo no mercado e na comunidade.

Timing, competição e estética: o que está em jogo

A sobreposição no calendário não é novidade: esse tipo de confronto entre grandes publishers vira quase uma coreografia quando as datas apertam no fim do ano. Alguns fãs apontam que o teste grátis da Activision também casa com a temporada de Halloween do Black Ops 6 — e isso é plausível. Por outro lado, é difícil ignorar a sequência: Activision já promoveu um teste grátis significativo justamente um dia antes do lançamento do Battlefield 6 no mês passado. Será que a intenção é dividir a atenção do público e reduzir o pico de tráfego do concorrente? Quem ganha com isso: jogador casual, competitivo ou o marketing?

A disputa não é só por números. É também estética e filosofia de design. A DICE vem defendendo uma pegada mais grounded para Battlefield 6, evitando crossovers que destoem do tom. Em entrevista recente, o diretor de design do Battlefield 6, Shashank Uchil, foi enfático sobre esse posicionamento. “Tem que ser realista. Isso é o que BF3 e BF4 eram — todos soldados, no chão. Vai ser assim,” disse Shashank Uchil, diretor de design do Battlefield 6. Ele ainda citou um exemplo claro do que querem evitar: “Eu não acho que precisa de Nicki Minaj. Vamos manter real, manter grounded.”

Enquanto isso, a Activision fez movimentos que mexeram com a base de jogadores: anunciou que Operadores, skins e armas do Black Ops 6 não serão carregados para o Black Ops 7, sob o argumento de que o próximo jogo “precisa parecer autêntico ao Call of Duty e seu cenário”. A notícia caiu como uma bomba para quem esperava que compras e progressão do título anterior migrassem para o seguinte, como vinha acontecendo.

Do ponto de vista técnico e mercadológico, a jogada é clara: capturar tráfego e engajamento no momento certo pode influenciar quem ficará com a maior base ativa ao longo do trimestre. E quando estamos falando de battle royale, onde a quantidade de jogadores simultâneos alimenta matchmaking, retenção e receitas, cada decisão de calendário conta.

A rivalidade escalou também para trailers e ações de marketing: a EA lançou um trailer live-action que claramente cutucou a concorrência, e a Activision estendeu a beta aberta do Black Ops 7 para colidir com a estreia do Battlefield 6. Ambos os jogos são apostas altas para suas empresas — Battlefield 6 já saiu com vantagem de calendário, mas o Black Ops 7 tem lançamento marcado para 14 de novembro. Quem leva a melhor quando a poeira baixar?

E os jogadores? Muitos reclamam do timing, outros comemoram a oportunidade de experimentar ambos. Vale perguntar: você vai pular no REDSEC ou reunir o esquadrão no Black Ops 6 gratuito? Ou vai fazer ambos e medir qual gameplay, balanço e performance te prendem mais?

No fim das contas, essa guerra de datas e mensagens não é só bravata — é uma estratégia pensada para maximizar exposição, testar infraestrutura e, claro, atrair as carteiras dos jogadores. A próxima semana será uma amostra clara de quem consegue converter trial em base fiel antes do grande duelo entre Battlefield e Call of Duty neste fim de ano.