A EA lançou o Battlefield REDSEC como uma aposta destrutiva no gênero battle royale, gratuito e separado do Battlefield 6 — e a recepção inicial no Steam foi fria: pouco mais de um terço dos reviews positivos, resultando no selo “Mostly Negative”. A raiva não é apenas contra o novo modo em si, mas contra como ele se conecta ao jogo premium: desbloqueios, desafios semanais e o passe de batalha estão entrelaçados entre as experiências, e isso tem irritado uma base de jogadores já descontente com o Battlefield 6. Será que a EA subestimou o custo político de forçar integração entre modos diferentes? A análise técnica e o sentimento da comunidade explicam melhor por que REDSEC entrou em um turbilhão logo no lançamento.
Desconexão entre os jogos: desafios e desbloqueios como gatilho
A reclamação mais recorrente é prática e direta: desafios do Battlefield 6 que concedem muito XP do passe de batalha estão atrelados a REDSEC. Jogadores que compraram o jogo principal não querem ser empurrados para um battle royale gratuito para completar desafios — muitos simplesmente não jogam BR. “Eu não odiaria tanto se não fosse forçado a jogar isso pelos desafios do jogo principal,” disse um review negativo no Steam. Outro comentário resume o descontentamento com a alternativa oferecida: “Ah, mas você pode rerrolar os desafios!” disse outro review negativo no Steam. “Sim, e 3 deles ainda são para o BR porque eles estão empurrando isso forte para pessoas que não tocariam nele nem uma vez…”
Do ponto de vista de design de progressão, isso é uma má prática: mistura de loops de recompensa de dois produtos distintos gera fricção. Em vez de incentivar experimentação, essa implementação cria ressentimento — e ressentimento vira avaliação negativa pública na Steam, afetando a percepção de ambos os produtos. Quando sistemas de progressão cruzam experiências pagas e gratuitas, precisa haver escolha clara; obrigar é atalho para reclamação.
Mapas, escala e prioridades: a dor dos jogadores premium
Outro motor principal das reviews negativas é o tamanho dos mapas. A comunidade vinha pedindo mapas maiores para o multiplayer clássico desde os betas, e a resposta foi vista como insuficiente no lançamento de Battlefield 6. Ironicamente, o mapa exclusivo de BR em REDSEC — Fort Lyndon — recebeu elogios por ter escala, POIs e rotas de flanqueamento que jogadores esperavam do jogo principal. “Oh wow, um mapa grande com muitos POIs e flancos,” disse um review negativo no Steam. “Se ao menos pudéssemos ter algo assim no jogo principal.”
Isso levanta uma pergunta incômoda: por que o modo gratuito recebe o que a comunidade paga solicita há meses? O descompasso entre o conteúdo do BR gratuito e o multiplayer pago é uma falha de priorização que paga juros em reputação. Algumas reviews até sugeriram usar o mapa BR como modo Conquest, enfatizando que as mecânicas de flanqueio e escala se encaixariam bem no formato clássico.
O que funciona em REDSEC — e o que falta
Nem tudo é negativo. Muitos jogadores elogiaram como o REDSEC mistura mecânicas clássas de Battlefield (destruição parcial de ambientes, foco em veículos e rotas de assalto) com elementos populares de outros BRs, como Warzone. O lançamento também trouxe um pico de atividade: o Steamdb registrou um pico de 549.766 jogadores em 24 horas, o que mostra interesse real. Porém, há queixas legítimas sobre funcionalidades ausentes — destaque para a falta de fila solo no battle royale. “Sem modo solo… quando vão aprender que a maioria esmagadora joga solo?” questionou um review negativo no Steam. Jogar com randoms contra esquadrões coordenados premade pode frustrar e afastar jogadores casuais.
Outra crítica frequente é que a experiência ainda parece inacabada: ausência de opções de matchmaking equilibrado, polimentos em efeitos visuais e alguns bugs. A EA já respondeu a feedbacks anteriores — corrigiu uma skin verde controversa e ajustes de iluminação —, mas a sensação é de que o jogo precisa de iterações contínuas para estabilizar o sentimento da comunidade. Curioso também ver jogadores usando mecânicas do jogo para diversão alternativa: alguns passaram tempo desenhando nas paredes com a ferramenta de reparo do Engineer.
Temos, então, uma mistura de acertos técnicos e falhas de produto/gestão. REDSEC mostrou potencial ao entregar um BR com a pegada Battlefield, mas tropeçou na integração e nas expectativas da base paga. Em termos práticos: se você gosta de BRs com elementos de destruição e escalabilidade de rotas, tem coisa boa aqui; se você comprou o Battlefield 6 esperando modos grandes e uma experiência premium isolada, a frustração é legítima.
A EA tem oportunidade clara: separar melhor os sistemas de progressão entre os jogos, ajustar o balanceamento de desafios e adicionar opções de fila (solo/duo/squad) no BR. Também precisa usar o momento de alta exposição para repensar prioridades de mapa no jogo principal. Afinal, corrigir o fluxo de desbloqueios e responder rapidamente a feedbacks técnicos pode transformar reviews “Mostly Negative” em algo bem mais favorável nas próximas semanas.
 
								 
															 
         
         
         
         
        