A notícia caiu como uma bomba para quem acompanhava os anúncios de jogos de grandes estúdios: o MMO de O Senhor dos Anéis, que vinha sendo desenvolvido pela Amazon Games, parece ter sido descartado após uma leva pesada de cortes de pessoal na empresa. As demissões atingiram setores importantes do braço de games da Amazon, afetando equipes em Irvine e San Diego e interrompendo trabalhos em títulos como New World e o projeto baseado no universo de Tolkien. Para a comunidade brasileira — que consome massivamente MMOs e produz conteúdo sobre franquias grandes — isso deixa um gosto amargo: outro projeto promissor engavetado antes de nascer.
O que aconteceu
Segundo relatório da Bloomberg, as demissões fazem parte de um corte de cerca de 14.000 vagas na Amazon, com redução “significativa” nas operações de videogame. Um ex-desenvolvedor afetado postou no LinkedIn, depois deletou, e escreveu que participou das demissões e que a equipe trabalhava também no tal MMO de O Senhor dos Anéis. “Esta manhã fiz parte das demissões na Amazon Games, ao lado dos meus colegas incrivelmente talentosos em New World e no nosso nascente jogo de O Senhor dos Anéis (vocês teriam amado)”, disse o desenvolvedor no post deletado. Não houve resposta oficial nem da Amazon nem do detentor de direitos, a Embracer, ao pedido de comentário da IGN.
“Ainda estamos tentando achar o gancho, a ideia do que é, porque não queremos só fazer a mesma coisa — às vezes é tentador com um IP existente, mas esse não é o ponto. Temos que encontrar uma virada fresca,” afirmou Christoph Hartmann, chefe da Amazon Games, em agosto de 2023, quando o projeto ainda estava em fase inicial. Embracer, que comprou os direitos de O Senhor dos Anéis e O Hobbit em 2022, já disse que queria “explorar O Senhor dos Anéis de forma muito significativa” para transformá-lo em uma das maiores franquias de jogos do mundo. “Precisávamos explorar O Senhor dos Anéis de maneira muito significativa,” declarou Embracer em 2023.
O desenvolvimento de um MMO é caro, demorado e arriscado — servidores, balanceamento, conteúdo endgame, infraestrutura global, tudo isso pesa no orçamento. No cenário brasileiro, onde muitos jogadores já reclamam da latência entre servidores regionais e poucas iniciativas de hospedagem local, a perda de um projeto desse porte diminui a chance de termos suporte dedicado e localização premium por aqui. Afinal, quem não quer um MMO de Tolkien com servidores ali pertinho, voz em PT-BR e legendas bem feitas?
O que fica claro é que grandes IPs não garantem sucesso automático — e nem blindam um projeto contra cortes estratégicos. Para os estúdios, a lição é velha: inovação prática e sustentabilidade financeira valem mais do que nome famoso no papel.
No fim, perdemos uma promessa — e a comunidade brasileira perde a chance de um MMO de grande escala ambientado na Terra-média. Resta acompanhar se Embracer vai licenciar os projetos para outro estúdio ou se a franquia vai reaparecer em outra forma no futuro. Quem aí ainda acredita que O Senhor dos Anéis nos games vai renascer das cinzas?
 
								 
															 
         
         
         
         
        