A saída de jogos do Xbox Game Pass lembrou que assinatura não é garantia de permanência: a Microsoft confirmou que STALKER 2 — um dos lançamentos mais comentados do ano — vai deixar o serviço em 16 de novembro de 2025, junto com outros quatro títulos. Para o público brasileiro, acostumado a usar o Game Pass como atalho para experimentar jogos caros e testar grandes lançamentos sem gastar uma fortuna, a notícia pegou pesado. Afinal, quando um jogo chega no serviço no dia um e some depois de um ano, fica a sensação de que quem paga por meses e meses perdeu parte do valor — e isso dói ainda mais depois do aumento no preço do serviço que afetou assinantes mundo afora.
STALKER 2 estreou como exclusivo de console Xbox e PC depois de anos de adiamentos e teve apoio de marketing robusto da Microsoft, incluindo um documentário de 90 minutos que mostrou as dificuldades da equipe ucraniana durante a invasão. Mesmo sem ser um título da Xbox Game Studios, a companhia investiu na visibilidade do jogo — então não é surpresa que muitos assinantes tenham ficado irritados com a remoção precoce. Stalker 2 sai do Game Pass em 16 de novembro de 2025. A versão de PS5 sai poucos dias depois, em 20 de novembro; o timing é, no mínimo, questionável.
Quem reclamou aponta que o jogo só alcançou um estado de qualidade aceitável depois de patches sucessivos — muitos dos quais ocorreram enquanto o jogo já estava no serviço. “A Microsoft apoiou a GSC durante todos os atrasos e até durante a invasão, então é surpreendente que não tenham garantido um acordo melhor,” disse o usuário JBishie no Reddit, traduzido para português. A frustração brasileira vem também da percepção de que o Game Pass virou uma plataforma para “testar” produtos: paga-se para jogar versões que, na prática, servem como beta público para correções futuras. “Xbox tem que parar de financiar jogos inacabados essencialmente como títulos ‘day one’ no Game Pass,” comentou Minute-Use-8489, em crítica semelhante.
Nem todo mundo concorda com a reclamação: há quem lembre que um ano é tempo comum para jogos que não são Microsoft First-party. “É um ano, que é um tempo bem padrão para jogos não MiS,” falou VickyCriesALot, apontando que a rotatividade de catálogo faz parte do modelo. Por outro lado, jogadores como davepars77 ressaltam que corrigir tudo pode levar mais tempo e que a remoção agora pode prejudicar quem queria revisitar o jogo enquanto ele melhorava. “Vai levar mais um ano para deixar tudo resolvido, e não estamos falando nem do DLC ainda,” escreveu ele.
Lista rápida dos jogos que saem do Game Pass em 16 de novembro de 2025:
– STALKER 2
– Football Manager 2024 / Football Manager 2024 Console
– Blacksmith Master
– Frostpunk
– Spirittea
Do ponto de vista técnico, a versão de PS5 chega com suporte total ao DualSense (haptics e gatilhos adaptativos) e melhorias planejadas para o PS5 Pro — justamente os pontos que alguns jogadores brasileiros esperam testar no console da Sony. Resta saber se, ao migrar para a PlayStation Store, o jogo será oferecido com algum desconto para quem já jogou no Game Pass ou se a remoção vai forçar a recompra.
Não dá para ignorar o contexto maior: o aumento de preço do Game Pass Ultimate (até 50% em alguns mercados) deixou a base brasileira mais sensível a decisões como essa. Muitos assinam o serviço por causa dos lançamentos day one e do custo-benefício; quando ferramentas do contrato parecem favorecer acordos comerciais em detrimento do consumidor, o termômetro do descontentamento sobe. Para muitos brasileiros, isso parece um tiro no pé da Microsoft.
No fim das contas, a situação levanta perguntas sobre o futuro do modelo de assinatura: o Game Pass é uma vitrine temporária ou deveria ser um porto seguro para quem apoia lançamentos desde o começo? Você, leitor, prefere pagar menos e aceitar a rotatividade ou quer garantias de permanência para os jogos que realmente importam? Independentemente da resposta, este episódio mostra que a gestão de catálogo e a comunicação com a comunidade terão papel chave para manter a confiança dos jogadores — especialmente aqui no Brasil, onde cada real conta na hora de escolher o que jogar.