Epic Games abre pesquisa no Fortnite após reclamação por ter que recomprar Sidekicks

A Epic Games pesquisa reação dos jogadores sobre Sidekicks do Fortnite, criticados por exigir reposição para variações permanentes, gerando debate sobre lucro versus satisfação da comunidade.
Escrito por:
Lucas Amaral

A Epic Games abriu uma pesquisa com os jogadores sobre os novos Sidekicks do Fortnite — e o tema central é incômodo: a necessidade de recomprar a mesma criatura para ter outra versão depois que as opções básicas (cor, formato, estilo) ficam travadas. Quem joga aqui no Brasil já sabe como micropagamentos e designs “irremovíveis” podem inflamar a comunidade; agora a discussão voltou a esquentar com o lançamento experimental do Peels, o cachorro-banana do passe de The Simpsons.

Como funciona — e por que gera reclamação

No esquema atual, ao equipar um Sidekick pela primeira vez você escolhe a cor da pele (três tons de banana), formato das orelhas e o tipo de corpo. Depois dessa escolha, não dá para alterar essas características básicas. Cada Sidekick também traz um mini-passe com cosméticos adicionais (por exemplo, o Peels tem uma dancinha com maracas e algumas camisetas equipáveis a qualquer momento). Mas essas decisões básicas são permanentes — quem quiser uma combinação diferente precisa comprar uma nova unidade do mesmo Sidekick do zero. Parece justo? Muitos jogadores não acham.

A Epic anunciou que, a partir de 7 de novembro, mais Sidekicks estarão à venda na loja do jogo — raças de cães variadas, um dinossauro e até um Fishstick preso em uma bolha. Cada um custará 1.200 ou 1.500 V-Bucks, o que equivale a algo em torno de US$10–14; no Brasil isso deve ficar na casa de cerca de R$50–R$70 dependendo do câmbio e da taxa da plataforma. Se você gosta de colecionar variações cosméticas, prepare-se: para ter todas as opções permanentes, será preciso comprar múltiplas versões.

A Epic enviou a pesquisa perguntando diretamente aos jogadores sobre esse mecanismo. Entre as perguntas estavam:
“Como você se sente em relação ao cosmético Sidekicks?” — Epic Games
“Você sabia que Sidekicks têm recursos básicos que você pode customizar apenas uma vez ao reivindicar esse Sidekick (por exemplo, cor e forma)?” — Epic Games
“Como você se sente em relação a ter que comprar uma cópia adicional do mesmo Sidekick se quiser customizá-lo com características básicas diferentes?” — Epic Games

A pesquisa oferece respostas que vão de “gostar muito” a “discordar completamente”. Não é só um termômetro de opiniões — pode influenciar decisões internas. Mas será que vendas altas farão a Epic manter o sistema mesmo com reclamação? Ou a pressão da base fará a empresa recuar?

O coro das redes sociais trouxe comparações claras: alguns afirmam que a intenção da Epic foi tratar Sidekicks como “pets adotados” — com uma aparência única à qual você se apega enquanto sobe o mini-passe. Outros notam que a política não é muito diferente dos polêmicos Kicks (tênis digitais) do Fortnite, que frequentemente custam mais de 1.000 V-Bucks e têm variações vendidas separadamente — sim, existem várias “versões” de Crocs digitais que precisam ser compradas individualmente para cores diferentes. No Reddit e em grupos no Brasil, já tem gente combinando de boicotar compras neste lançamento inicial.

Há também quem lembre que Fortnite já teve Pets mais simples que eram customizáveis livremente — por que voltar atrás nesse ponto? O fato de jogadores nacionais e internacionais preferirem opções mais flexíveis é um argumento forte contra esse modelo. Será que a Epic subestimou o impacto de criar fricção para colecionadores?

E a pergunta que eu deixo pra você, leitor: vai valer a pena pagar duas, três, quatro vezes pelo mesmo Sidekick só para ter variações visuais permanentes? Você prefere um sistema tipo “pets clássicos” com customização livre, ou não se importa de pagar múltiplas vezes para ter todas as variações?

No fim, a decisão da Epic agora passa por balanço entre lucro a curto prazo e satisfação da comunidade. A pesquisa é um sinal de que eles estão ouvindo — pelo menos um pouco — mas só as vendas e o feedback direto de jogadores (especialmente em mercados como o Brasil, onde o câmbio pesa) dirão se a empresa vai ajustar esse sistema.