Entrar no Disneyland Game Rush dentro do Fortnite é meio como abrir uma porta para um parque temático que foi transplantado para dentro do motor do jogo. Testei a ilha criada com o Unreal Editor for Fortnite (UEFN) e o resultado é surpreendentemente fiel ao clima da Disneyland — visualmente caprichado, sonoramente convincente e cheio de pequenos detalhes que vão fazer qualquer fã arregalar os olhos. Mas será que a experiência se sustenta no gameplay além do efeito nostalgia? Vou destrinchar cada ponto: performance, gráficos, jogabilidade e duração — do jeito que o público gamer brasileiro gosta: direto ao ponto e sem rodeios.
Disneyland Game Rush: como jogar e o que esperar
Disneyland Game Rush é gratuito e entrou no Fortnite como evento limitado a partir de 6 de novembro. Para pular direto, use o código da ilha 4617-4819-8826. A entrada te coloca num esplanade modelado entre a Disneyland e a Disney California Adventure, com o castelo comemorativo dos 70 anos no centro e atrações ao redor: Castelo da Bela Adormecida, Haunted Mansion, Pixar Pier, Matterhorn e outras. É uma réplica que funciona como hub para os minijogos — um mapa feito com atenção impressionante a detalhes pequenos, como carrinhos de pipoca, trilhos de trem percorrendo o hub e até uma festa final com o Mickey em traje de 70 anos. É uma experiência visual incrível para quem curte imersão temática.
Do ponto de vista técnico, a ilha roda bem tanto no Xbox Series X quanto no PC, mas atenção: players no Brasil podem sentir variação de latência dependendo da rota até os servidores da Epic. Se você joga competitivo — como eu — vai notar que alguns minijogos, especialmente os que exigem mira ou movimentação precisa, perdem um pouco do brilho se o ping estiver alto. Minha sugestão: feche outros apps que consumam internet, e se possível use cabo no console/PC para reduzir instabilidade. As texturas e iluminação do UEFN aqui estão muito bem trabalhadas; porém, se o seu PC for modesto, baixe algumas configurações de efeitos para manter os 60 FPS estáveis.
O hub e as mecânicas de progressão
Ao entrar, você pode abrir presentes temáticos, responder perguntas de trivia da Disneyland para ganhar pontos e trocar fichas por cosméticos exclusivos da ilha inspirados nos 70 anos: orelhas do Mickey, chapéu Spider-Bot, cabeça do R2-D2 temático e até um Hatbox Ghost como Back Bling. Há também as chaves da Disneyland (Disneyland Key) espalhadas — uma em cada área — que você pode trocar por versões douradas desses cosméticos. Para quem coleciona skins e itens cosméticos, isso cria um motivo real para explorar o mapa inteiro além dos minijogos.
Os minijogos
Os minijogos — curtos, variados e com níveis diferentes de diversão
São sete minijogos e você pode competir com até 11 jogadores. Eles entram aleatoriamente e cada um entrega uma vibe diferente. Vou do meu preferido ao que menos funcionou, explicando por que cada um se destaca (ou não).
– Disney Haunted Mansion: Scavenger Haunt — Meu favorito. Você corre pelos corredores sombrios, tem uma lanterna e pode explorar livremente — o que simula bem a sensação da atração real. O detalhe que me pegou foi a Stretching Room com a fala de abertura icônica e pinturas que remetem à versão real. Sem objetivo complexo além de coletar moedas, o minijogo brilha pelo clima: trilha sonora, momentos para dançar com fantasmas (sim, até com um Peely por ali) e aquela sensação de “estou dentro da Haunted Mansion”. Momento de nostalgia pura.
– Star Wars: Stormtrooper Showdown — Coloca você numa Star Destroyer para derrubar stormtroopers. Tem bons momentos de combate, e é possível enfrentar Kylo Ren e Captain Phasma para pegar as armas deles — além de sabres de luz escondidos pelo mapa. Para fãs de Rise of the Resistance, também há AT-ATs e canhões laser. Jogabilidade simples, mas muito satisfatória para quem curte tiroteio.
– Matterhorn: Slip-and-Climb — Caótico e hilário. Você escala com um Grappler, mas os pés viram blocos de gelo, o que gera muitas quedas e empurrões entre jogadores. Estratégia aparece na hora de usar o Grappler com precisão; depois de aprender a mecânica, fica divertido e competitivo. Expectativa de caos total aqui: quem não gosta de ver amigo voando ladeira abaixo?
– Guardians of the Galaxy: Mission: Sneakout! — Começa com aquela pegada surpresa de “I Want You Back” do Jackson 5 e vira um stealth 2D por uma prisão espacial. Tem elementos legais (a Milano lá fora, bombas Boogie pra fazer os guardas dançarem), mas os guardas derrubam rápido e a corrida stealth perde metade do charme por ser punitiva demais em alguns momentos.
– Indiana Jones: Tomb Runner — Um run clássico cheio de armadilhas: pedregulhos gigantes, estacas, dardos envenenados e boosts de velocidade. Os controles aqui exigem precisão e o equilíbrio entre velocidade e evitar perigos é difícil. Dá pra se divertir, mas exige prática — ou um talento oculto para ser herói de aventura.
– WEB Slingers: Spider-Bot Blaster — Usaram os modelos e animações dos Spider-Bots do passeio real, o que é um ótimo toque. É uma galeria de tiro onde você fica basicamente num ponto e atira em robôs que se multiplicam, incluindo um boss gigante. Visual bacana, mas a jogabilidade é mais passiva — falta movimento para tornar mais empolgante.
– Space Mountain: Rocket Race — Simula a sensação da atração com trilhos e velocidade, mas é o minijogo que menos me prendeu. É mais uma corrida em trilhos com pouco controle do jogador; a sensação de velocidade funciona, mas caídas e respawns lentos quebram o ritmo.
Replays, diversão com a galera e longevidade
Os minijogos são um ótimo entretenimento social: perfeito pra reunir amigos no fim de semana e dar risada das quedas épicas. Mas será que dá pra justificar voltar depois que a descoberta inicial passar? A resposta é mista. Se você coleciona cosméticos e curte competições casuais, há motivos pra voltar. Se procura modos com profundidade e progressão longa, o pacote peca: muitos minijogos são curtos e repetitivos. Ainda assim, a fidelidade temática e o carinho na construção do mapa seguram a experiência nas primeiras horas.
Impacto da parceria Disney + Epic e o que isso significa
Como alguém que cobre jogos e esteve em parques durante a celebração de 70 anos da Disneyland, posso dizer com segurança: isso é um grande passo. A ilha mostra o que o UEFN pode fazer quando recebe recursos e atenção de estúdio. Isso só aumenta a curiosidade sobre o que vem por aí nessa colaboração entre Disney e Epic. Queremos mais: áreas maiores, minijogos com mecânicas mais profundas, integração com eventos globais e, quem sabe, crossovers permanentes dentro do universo Fortnite.
Dicas práticas para jogar no Brasil
– Use o código 4617-4819-8826 para entrar rapidamente.
– Prefira jogar com amigos em party para reduzir matchmaking com pings altos.
– Em consoles, prefira cabo de rede para estabilidade.
– Se no PC, ajuste sombras e efeitos para manter 60 FPS em máquinas mais antigas.
– Explore o hub inteiro: as chaves valem cosméticos dourados que são diferenciais legais.
Mesmo com limitações no gameplay em alguns minijogos, a forma como a Disneyland foi trazida para o Fortnite é um acerto: visualmente rica e cheia de pequenos momentos que vão agradar tanto quem não pode viajar quanto quem coleciona memórias do parque. É um convite para experimentar, tirar screenshots, colecionar itens e, quem sabe, criar memórias no metaverso até a próxima visita a Anaheim virar realidade. E você, já entrou na ilha? Qual atração te chamou mais atenção — a Haunted Mansion te deixou com vontade de explorar mais?