A Imperial já carimbou sua vaga nos playoffs do Circuit X Retake São Paulo com autoridade: primeiro lugar do Grupo A após duas vitórias convincentes sobre ALZON e Galorys. Enquanto a equipe de Santino “try” Rigal consolidou um desempenho coletivo sólido e baseado em ritmo de round, controle de economia e entries consistentes, a Alzon não encontrou resposta e acabou sendo a primeira eliminada do torneio. Os jogos mostraram diferenças claras entre quem entra no clutch e quem fica preso nas rotações — e quem precisa ajustar o coletivo antes das chaves finais.
Resumo dos jogos
Imperial x ALZON (2-0)
– Dust2: 13-6
– Mirage: 13-3
Na estreia, a Imperial não teve grandes dificuldades. Nos dois mapas a leitura tática foi superior: sequências de trade bem executadas, util bem aplicado e domínio de timings críticos. Nos números, Vinicius “VINI” Figueiredo e Santino “try” Rigal aparecem como os nomes que puxaram a diferença — VINI com 35-18 (ADR 93.1, KAST 82.9%, rating 1.84) e try com 35-17 (ADR 91.9, KAST 88.6%, rating 1.58). Marcelo “chelo” também manteve impacto com 34-23 (ADR 97.6, rating 1.52), enquanto Felipe “skullz” e Kaiky “noway” cumpriram papéis mais voltados ao suporte e trades. Do lado da ALZON, Nathan “balencyy” fez o que pôde (32-29, ADR 100.1), mas a equipe como um todo não conseguiu traduzir flashes e util em segurança de sites; várias rotações saíram atrasadas e os clutchs foram raros.
Imperial x Galorys (2-0)
– Overpass: 13-1
– Dust2: 13-8
O segundo confronto reforçou o padrão: Overpass virou passeio, 13-1, e mesmo em Dust2 a Imperial controlou os rounds-chave. Try brilhou novamente com 37-16 (ADR 93.3, rating 1.61), e VINI teve bom CT-side em geral (28-17, 94.0 ADR, 91.4% KAST). Chelo e skullz aumentaram a estabilidade no ataque, garantindo trades e entradas que abriram espaço para as jugadas individuais. Galorys, que vinha com expectativas, não conseguiu transformar picos de habilidade em rounds — números como 19-27 de Lucas “destiny” e 18-28 de João “bacc” mostram um time que sofreu na eficiência dos tiros e no controle de util.
ALZON x Fake do Biru (eliminação da ALZON)
– Inferno: 13-1
– Dust2: 13-1
A Alzon foi eliminada de forma categórica. Fake do Biru imprimiu pressão do início ao fim: Vinicios “PKL” Coelho (30-14, ADR 121.1, rating 1.99) e Wesley “hardzao” Lopes (33-11, ADR 104.2, rating 1.91) foram insanos nos números e nos timings de entrada. A diferença não foi só individual — a capacidade de converter rounds com trades limpos e utilizar utilidade para isolar fraggers foi superior. Alzon foi varrida e não conseguiu resposta, sobretudo por falta de rounds onde a defesa seguiu um plano predefinido ao invés de reagir.
Análise tática e individual
A Imperial trouxe um leque técnico interessante: entradas coordenadas com try como principal caller e VINI fazendo o trabalho sujo nas retake/defesas. A forte taxa de KAST dos principais jogadores (try na faixa de 82–88% e VINI acima de 90% em alguns mapas) mostra consistência situacional — não é só frag; é estar presente nas trocas, garantir util e segurar os timings. Chelo, com ADR alto e rating consistente, aparece como a âncora ofensiva que capitaliza espaço criado pelos flashes e smokes. Quer dizer, o que pesa mais: o indivíduo que brilha ou o coletivo que cria o brilho? No caso da Imperial, ambos.
Do lado das fraquezas, a Imperial ainda tem pontos a afinar: rounds economizados mal executados e alguns momentos onde a leitura de rotações poderia ser mais agressiva para punir pushes. Kaiky “noway” e skullz mostram papéis de suporte/entry variados e, quando estão sincronizados, a máquina engata; quando falham as chamadas de util, o time sente. Mas a margem de erro foi pequena contra ALZON e Galorys — e isso conta muito em um formato de grupos.
Para as equipes eliminadas ou na corda bamba, a lição fica clara: ter um backline com ADR bom não basta se os rounds críticos saem errados. ALZON teve UD (uso de util) desconexo e péssima conversão em post-plant; contra Fake do Biru, o time perdeu a batalha de trades e a defesa dos sites foi atropelada. Já Galorys precisa revisar como está ajustando o mid-round: muito tempo perdido em reaproveitamento de util e pouca eficácia nos swaps de sites.
No aspecto individual, destacar:
– PKL e hardzao (Fake do Biru) jogaram como se estivessem em clima de LAN, com ADRs excepcionais e alta taxa de presença em rounds (KAST próximo de 90% em alguns casos).
– VINI segue sendo um dos jogadores mais regulares do cenário nacional: impacto tanto no CT quanto no TR, e com números que mostram eficiência em rounds decisivos.
Se você gosta de números, repare nos ratings 3.0 mostrados: try e VINI se mantiveram entre os nomes com melhor impacto, mas a profundidade da escalação da Imperial garantiu que os mapas não caíssem caso um jogador tenha round ruim. Imperial mostrou controle total nos mapas tático e individualmente — e isso, em torneios curtos, vale ouro.
A última vaga do Grupo A vai ser definida hoje às 15h30 entre Galorys e Fake do Biru. Quem leva vantagem? Se a Fake mantiver o mesmo nível de starplay de PKL e hardzao, é favorita por momentum e por ter mostrado capacidade de varrer adversários com economia e punição de rotações. Mas e se Galorys ajustar os swaps, melhorar o uso de util e proteger melhor seus fraggers? O torneio ainda tem espaço para surpresas. Vale a pena acompanhar com atenção para ver se a Imperial terá adversários à altura nos playoffs ou se a chave virá mais tranquila — afinal, no fim das contas, o que mais pesa é a capacidade de converter rounds quando a pressão sobe.