Fluxo e Sharks se enfrentam hoje às 15h no Circuit X Retake por US$ 5,5 mil

A final do Circuit X Retake São Paulo reúne Fluxo e Sharks, com destaque para zevy, arT, koala e doc, prometendo choque de estilos e tática intensa em Bo5.
Escrito por:
Lucas Amaral

A final do Circuit X Retake São Paulo está marcada para hoje às 15h, e promete ser um choque de estilos entre Fluxo e Sharks. Depois de um sábado longo, com quartas e semifinais definindo os finalistas, bateu a lógica e vieram jogos com desempenhos individuais sólidos e mapas bem estudados — com chelo, zevy, doc e arT se destacando nas estatísticas. Antes do mano a mano decisivo, Imperial e Galorys jogam às 12:00 a decisão do terceiro lugar. Quem levou vantagem tática até aqui e o que podemos esperar do Bo5 final? Vamos destrinchar.

Caminho até a final

Nas quartas de final tivemos confrontos interessantes em termos de matchup de estilos. A Imperial passou fácil pela Yawara por 2-0, com Marcel0 ‘chelo’ Cespedes comandando a tabela: 41-17 no agregado, +24 de diferença, ADR de 102.9 e um Rating 3.0 de 1.80 — números que traduzem domínio no espaço e eficiência no trade. Santino ‘try’ e VINI também apareciam bem, com KAST altos (acima de 80%), indicando rounds bem construídos e pouca dependência de clutches isolados. A Imperial mostrou um jogo de controle com pico de agressividade na transição entre lados; quem não esteve preparado para respostas a rotações pagou caro.

A Sharks sofreu um pouco mais contra a Gaimin Gladiators — vitória por 2-1 — em um confronto em que o time conseguiu explorar closes de rounds e converter rounds-chave. Danilo ‘doc’ e João ‘koala’ foram os nomes mais constantes: doc com 46-33 e um rating próximo de 1.36; koala com impactos frequentes no lado CT nos mapas. Do lado da Gaimin, Lucas ‘bsd’ segurou bem as pontas individualmente, mas a equipe, no agregado, não teve a consistência necessária para fechar nos momentos decisivos.

Fluxo fez a sua parte contra a 9z com um 2-0 convincente. Romeu ‘zevy’ foi o destaque claro: 39-14, +25, ADR 86.9 e um rating 1.61 — números que mostram um AWPer/entry extremamente eficiente e bem posicionado para punir rotas previsíveis. Andrei ‘arT’ e mlhzin sustentaram o ritmo com utilidade bem aplicada e suporte em trade, deixando o time pronto para controlar as rotas longas e forçar a decisão no mid/late rounds.

Galorys surpreendeu a Keyd Stars em um 2-1 que rendeu sequência no bracket. Gabriel ‘nython’ foi o motor da equipe: 66-43, +23 e um rating 1.53 em toda a série — volume de kills alto e capacidade de virar rounds com ritmo. A Galorys mostrou mapas bem escolhidos (Mirage, Overpass, Ancient) e uma leitura tática que, em certos pontos, passou pela eficácia do seu jogo de rotas rápidas e splits coordenados.

Nas semifinais a Sharks tirou a Imperial por 2-1 em uma série mais acirrada. Imperial teve jogadores com picos (VINI com 55 kills no agregado, noway com impacto), mas a Sharks converteu rounds cruciais, principalmente com koala e doc entregando consistência nos duelos e no uso de utilidade. Fluxo, por sua vez, praticamente não deu chances para a Galorys: 2-0 com arT e zevy comandando. arT acumulou 37-22 com ADR de quase 94 e rating 1.55 na série contra Galorys — ótimo indicador de eficácia com rifles e presença em rounds complexos.

Fluxo e Sharks decidem o Circuit X às 15h neste domingo. Antes disso, Imperial e Galorys disputam o 3º lugar às 12:00. O campeão leva US$ 5,5 mil (R$ 29,3 mil).

Análise técnica — forças, fraquezas e pontos de atenção

Estatísticas individuais já apontam caminhos táticos claros. No Fluxo, zevy é o jogador que desequilibra no aim e na tomada de posições: ADR acima de 100 em algumas séries e um K/D folgado mostram que, quando recebe espaço, ele explora ângulos longos e punge rotações. arT complementa como um segundo pilar: presença em entradas, controle de util e capacidade de fechar trades. O time trabalha bem o lado CT quando precisa segurar espaços amplos (Train/Inferno), e essa construção de rounds curtos pode ser fatal em Bo5 se não houver resposta do adversário.

A Sharks chega com um jogo mais equilibrado. Doc e koala têm sido os nomes que mantêm a linha de frente e seguram os rounds com calma. O time não depende de um solo carry com números estratosféricos; ao invés disso, trabalha coordenação para transformar vantagem mínima em rounds fechados. É um perfil mais “puzzle” — menos explosões de talento, mais consistência por round. Em situações de pressão, a Sharks parece conseguir tomar decisões coletivas mais seguras, algo que pode forçar o Fluxo a jogar trades arriscados.

Imperial mostrou duas caras: em jogos em que chelo e VINI apareciam afiados, o time controlava ritmo e rotas. Quando ambos não estavam tão quentes, faltou segunda pele para segurar a ponta. Key points técnicos: Imperial ainda depende muito de execução em mapas como Nuke e Train, onde controle de ramp e controle de inner/outer podem decidir rounds. A Yawara foi punida pela baixa taxa de KAST em alguns jogadores — falta de presença em trades e pouca conversão de situações 2vX.

Galorys vive de volume: nython é um monstro em termos de fragging, mas quando o time encontra um bloqueio nas rotações e utility, o volume não foi suficiente para abrir janelas contra Fluxo. O time tem boas ideias em Mirage/Ancient, mas precisa de limpeza nas rotações e segurança nas transições para capitalizar o dano de nython.

Táticas que provavelmente irão aparecer no Bo5:
– Fluxo vai tentar abrir com mapas onde zevy possa punir ângulos longos e onde arT consiga usar utilidade para isolar duelos (Inferno/Overpass/Train).
– Sharks deve apostar em mapas onde o jogo coletivo e controle de meio de mapa sejam mais proeminentes, obrigando Fluxo a forçar entradas ou a gastar utilidade cedo (Nuke/Overpass possivelmente como resposta).
– Economia e round de pistola serão decisivos: times que ganharem o eco inicial podem montar streaks para a meia-série e ditar controle. Quem ganha pistola no início do half frequentemente dita o tom.

Quem olhar como peça-chave para o final? Zevy e arT pelo Fluxo; koala e doc pela Sharks. Mas e se for uma partida de resistência? A Sharks historicamente se sai bem na gestão de utility e rounds longos; Fluxo pode simplesmente acabar vencendo por superioridade em duelos imediatos. Qual o fator X? Execução nos rounds de retake e habilidade de neutralizar o AWPer adversário.

Aspectos técnicos que decidem em Bo5
– Varação de setplay: quantas jogadas padronizadas cada time tem para equalizar rounds onde o oponente está bem posicionado?
– Adaptabilidade entre mapas: a transição de CT para T (e vice-versa) tende a revelar quem tem profundidade estratégica no time.
– Clutch e retake: equipes com KAST alto tendem a fechar mais rounds mesmo sem lideranças individuais gigantes. Quem estressar a economia do oponente durante halfs vai ter vantagem na hora de comprar util/armas.

O formato Bo5 favorece times com banco tático e stamina. Fluxo tem grandes rounds de explosão e pode levar um mapa em paradas rápidas; Sharks tem mais probabilidade de ajustar e arrastar a série para mapas controlados e desgastantes. Será um duelo entre punch e maratona.

Palpites técnicos e leitura de mapa a mapa
– Se o Bo5 abrir com Mirage ou Nuke, favorável à Sharks em termos de tática pura: controle de meio, retake e jogo posicional.
– Abertura com Inferno/Train/Overpass pode favorecer o Fluxo, que mostrou agressões coordenadas e entradas bem coreografadas.
– O mapa decisivo (caso vá para o 5º) será o espelho da mentalidade: se for Overpass, veremos utilidade e jogo de meio; se for Inferno, gestão de banana e retake serão o foco.

Por fim, pensamento prático: quem mantém a calma nos rounds de pistola e administra melhor o dinheiro nas quedas aumenta exponencialmente suas chances. Clutch individuais aparecem, mas Bo5 é quase sempre sobre profundidade do elenco e flexibilidade tática.

Fique ligado: às 12:00 Imperial e Galorys disputam o 3º lugar; às 15:00 a decisão do título entre Sharks e Fluxo — e com US$ 5,5 mil em jogo, não faltam motivos para as equipes irem para cima com tudo. Quem segura o peso da final? Quem tem repertório tático para forçar o erro do adversário? É isso que vamos descobrir hoje.