A Ubisoft alertou que suas receitas estão caindo e que muitos lançamentos novos estão tendo dificuldade para se destacar — e isso vale demais pro mercado brasileiro também. O estúdio aponta que o modelo tradicional de vender um jogo completo por R$250–R$350 está ficando cada vez menos comum, enquanto jogadores preferem gastar tempo e dinheiro em assinaturas, jogos como serviço, free-to-play e streaming. Quem vive de acompanhar tendências no PC e no Xbox Series X já sentiu essa mudança na pele: será que ainda compensa apostar tudo num lançamento full price?
“muitos jogos novos estão tendo dificuldade para se destacar” — Ubisoft. A empresa diz que projetos que antes vendiam bem hoje têm dificuldade até para alcançar vendas medianas, e resume o problema numa frase direta: consumidores estão jogando menos. O relatório também afirma que o tradicional “modelo de jogo completo” continua a “se tornar menos ubíquo”, com players migrando para formatos onde o produto é contínuo ou gratuito.
O que a Ubisoft viveu — e o que isso significa pro Brasil
No ano passado a Ubisoft passou por demissões e uma reestruturação pesada; franquias maiores foram colocadas numa subsidiária apoiada pela Tencent. Títulos como Star Wars Outlaws decepcionaram nas vendas, XDefiant não emplacou como live-service e The Division: Heartland foi cancelado antes mesmo de decolar. Resultado: a empresa precisou frear a produção de vários projetos para dar mais tempo a Assassin’s Creed Shadows — e ao mesmo tempo investir pesado na marca com remakes e spin-offs (Hexe, um spin multiplayer e um remake de Black Flag estão nos planos).
“o modelo tradicional de vender um único jogo por R$250–R$350 como compra única está se tornando menos ubíquo” — Ubisoft. No Brasil, isso se reflete em promoções constantes nas lojas digitais, crescimento do Game Pass e maior aceitação do free-to-play. Desenvolvedores locais e publishers têm que medir muito bem onde colocar recursos: live-service é caro e arriscado; full-price exige marketing massivo pra escapar do ruído.
“alguns títulos de preço cheio ainda fazem sucesso, mas são exceções notáveis” — Ubisoft. A pergunta que fica: vale continuar investindo no blockbuster tradicional ou é hora de repensar modelos de negócio e foco em retenção? Para quem joga, sobra mais opção — e menos garantia de que o próximo lançamento AAA será um fenômeno.