O Steam Deck É Quase Perfeito, Mas Veja O Que Quero Ver Na Próxima Geração

Desde o lançamento do Steam Deck em 2022, a popularidade dos PCs portáteis para jogos só cresceu — basta olhar para o Lenovo Legion Go S ou o ROG Ally X, que elevaram a fasquia em desempenho e resolução. Mesmo assim, muita gente ainda defende o Steam Deck com unhas e dentes, e eu entendo o porquê: é uma experiência de PC portátil bem alinhada com a biblioteca Steam. Porém, três anos depois, é hora de olhar para o futuro e imaginar como deveria ser a próxima geração. Será que basta encaixar um chip mais potente ou precisamos repensar toda a abordagem? Vamos destrinchar cada ponto para entender o que realmente importa em um Steam Deck 2.

Manter o Preço Acessível

Valve aprendeu da pior forma: o desastre do Steam Machine mostrou que preço inflado mata qualquer proposta. Felizmente, o Steam Deck estreou a US$399 e conquistou o público. O desafio agora é manter essa faixa de preço mesmo com custos de componentes em alta e tarifas que pesam na conta. Outras fabricantes, como a MSI com o Claw 8 AI+, partem para valores acima de US$1.000 e acabam competindo com laptops robustos — aqui, a Valve pode dar de ombros para a concorrência e se apoiar no ecossistema Steam para subsidiar parte do hardware.

Você já parou para pensar se vale pagar mais por um portátil que compete com ultrabooks gamers ou se é melhor um dispositivo mais barato focado em fluxos de venda via Steam? Um preço competitivo não apenas atrai novos jogadores, mas fortalece o ecossistema Valve como um todo. Mesmo que a inflação force um pequeno reajuste, o ideal é não ultrapassar muito a barreira psicológica dos US$500. Afinal, é mais fácil digerir um acréscimo de 10% do que pagar duas ou três vezes mais por um handheld.

Por que 800p Ainda Faz Sentido?

Quando peguei o Legion Go com sua tela 1600p fiquei impressionado — até rodar um jogo e descobrir que, sem grandes gargalos, a resolução ideal continuava sendo 800p. Razer Blade 16 com RTX 5090 consegue pouco mais do que o Ryzen Z1 Extreme do Go; logo, por que forçar o hardware além do justo? TER UMA RESOLUÇÃO MENOR SIGNIFICA PRIORIDADE NO FPS E MENOS CONFIGURAÇÕES PARA AJUSTAR. É isso que faz a magia do Steam Deck: plugou, jogou, sem ter de suar a camisa para encontrar o “sweet spot”.

Jogos ficam cada vez mais exigentes; faz sentido manter a tela em 1280×800 para garantir taxas de quadros sólidas em títulos triple A sem sacrificar a duração da bateria. Além disso, uma resolução menor demanda menos energia do chip gráfico, gerando menos calor e aumentando a vida útil dos componentes. Então, por que trocar a fórmula que funciona?

Os Haptic Pads Não Podem Sumir

A Valve vem experimentando trackpads há anos, desde o Steam Controller. No Deck, esses pequenos toques hápticos seguem presentes, e ainda que eu não os use intensamente, reconheço seu valor em certos gêneros. Jogos de estratégia, como Civilization, nem sempre aterrissam bem em controles convencionais, mas com esses pads, a navegação fica natural, sem precisar de mouse.

“Às vezes, um trackpad simplesmente resolve o problema onde joysticks não alcançam.” – Jackie Thomas, Hardware and Buying Guides Editor na IGN

A capacidade de criar configurações personalizadas pela comunidade dá um salto com mais pontos de entrada. Outros fabricantes podem replicar isso no futuro, mas enquanto for exclusividade do Steam Deck, ele mantém sua identidade. Além de servir como ferramenta para jogos sem suporte nativo a controle, são um diferencial para quem gosta de customização avançada. Você não sente que está em um console genérico; está em um PC portátil moldado pela comunidade.

Segundo USB-C: Um Pedido Simples, Mas Crucial

Sempre que preciso reinstalar SteamOS ou testar benchmarks no Deck, encaro o dilema do hub USB: o sistema falha se eu plugar o pendrive via hub. Por que? Não faço ideia, mas é uma dor constante. Enquanto outros handhelds já oferecem múltiplas portas, o Deck original se limita a uma única USB-C e um slot de microSD desprotegido. É no mínimo estranho.

Imagine um Steam Deck 2 com duas portas USB-C – uma dedicada a energia/periféricos e outra exclusiva para dados. Facilitaria a conexão com docks, acessórios RGB, teclados externos ou até adaptadores Ethernet. Poder desligar o carregador sem perder o pendrive de instalação economiza segundos que, em produção de conteúdo, viram horas de frustração. Adicionar uma porta extra é um upgrade tão barato em engenharia quanto valioso na experiência do usuário. Dá até para sonhar com uma dock que funcione como o Switch: basta encaixar o Deck e sair jogando na TV, sem bagunça de cabos.

Para quem desenvolve e testa software constantemente, o segundo USB-C seria o ajuste mais prático da próxima geração. Sem falar na compatibilidade com hubs multimídia e variedades de controles. Quanto mais portas, mais versátil o aparelho — simples assim.

No fim das contas, o Steam Deck foi quase perfeito quando chegou ao mercado. Sua única falha real foi deixar espaço para melhorias incrementais que não mexem na alma do aparelho. Um chip mais potente, uma ou duas portas extras, manutenção dos haptic pads e da resolução 800p, tudo isso sem estourar o orçamento.

Desses elementos, quais você acha que mais influenciam sua decisão de compra: desempenho bruto, autonomia de bateria ou experiência plug-and-play imediata? Seja qual for sua resposta, o Steam Deck 2 tem tudo para construir uma evolução sólida desse fenômeno portátil — desde que não sacrifique a essência que fez a Valve tornar PC portátil algo mainstream.