Desde que a franquia The Sims conquistou milhões de jogadores com sua simulação de vida rica em detalhes, muita coisa vem mudando nos bastidores da EA. Depois de anos de expansões, conteúdo pago e pequenas inovações, surgiu a grande pergunta: para onde a série vai agora? Em uma entrevista recente para a Variety, Laura Miele, presidente da EA Entertainment, fez revelações importantes sobre o futuro, deixando claro que a prioridade não é um The Sims 5 tradicional, mas sim a expansão do universo Sims em novas frentes, com foco no multiplayer, mobile e até joguinhos “cozy”. Será que estamos prestes a ver a maior transformação dessa franquia desde o seu surgimento?
O que vem por aí: multiplayer e novidades tecnológicas
“O que estamos fazendo é atualizar e renovar toda essa tecnologia, e vamos adicionar modos de jogo — mas também criar e atualizar a tecnologia base e a experiência do usuário no jogo principal”, disse Laura Miele. Com essas palavras, fica evidente que a EA investe pesado em uma infraestrutura capaz de suportar diferentes plataformas e estilos de jogo, sem descartar o núcleo simulação de vida. O futuro de The Sims parece se apoiar na combinação entre experiência básica sólida e modos multiplayer inovadores.
A ideia é oferecer “mobile expressions” e jogos “cozy” — títulos leves, focados em interação social e design acolhedor, já testados em parceria com a Nintendo na Ásia. Ao expandir para dispositivos móveis, a EA quer garantir que a experiência Sims se torne onipresente, acessível em qualquer lugar e com interações mais diretas entre jogadores. Quem diria que falar sobre decoração de interiores e rotina de personagens poderia ser tão social?
“Vejo The Sims como um ecossistema significativo, um universo de múltiplas experiências Sims que precisamos construir”, comentou Miele, ressaltando a visão de um portfólio diversificado. Isso significa que, mesmo sem um The Sims 5 à vista, a franquia continua viva e se expandindo, oferecendo diferentes formas de engajamento para públicos variados, de hardcore gamers em PC a entusiastas casuais em smartphones.
Por que The Sims 5 fica no canto por enquanto
Se havia esperança de um anúncio imediato de The Sims 5, prepare o coração: Miele destacou que forçar os jogadores a recomeçar do zero não seria nada “player-friendly”. “Eu não gostaria que vocês precisassem partir do dia zero, abrindo mão de tudo que criaram e todo o conteúdo adquirido ao longo dos anos”, explicou. Ao longo de 10 anos, foram mais de 85 pacotes de expansão, acessórios e coleções de itens lançados para o The Sims 4. Redefinir esse acervo deixaria uma legião de fãs frustrada — e a EA sabe disso.
Em vez de descartar o legado, a estratégia é integrar, co-criar e multiplicar experiências. Através de atualizações constantes e ferramentas para a comunidade, os criadores pretendem manter viva a base de jogadores atual, ao mesmo tempo em que introduzem novas mecânicas e modos de jogo. Afinal, quem não quer ver suas criações favoritas ganhando vida em cenários multiplayer, com personagens de amigos, clãs e vizinhanças virtuais colaborativas?
Project Rene e os testes fechados
Enquanto o nome The Sims 5 é deixado de lado, Project Rene surge como o grande protagonista. Codinome que remete a “renovação, renascimento e renascença”, esse projeto free-to-play promete ser a porta de entrada para o multiplayer em estilo Animal Crossing e Among Us. Desde o teaser de 2022, a EA tem conduzido playtests restritos, gerando pequenas fugas de imagens e vídeos.
As recentes imagens vazadas causaram burburinho: críticas ao estilo de arte, questionamentos sobre recursos limitados e a inevitável menção às microtransações. O destaque da discordância foi a adição de um café, lembrando o já conhecido The Sims Mobile de 2018. Mesmo assim, a EA reafirmou que Project Rene não é The Sims 5, mas sim um “jogo social e acolhedor” que complementa o universo principal.
Entre bugs de interface e sistemas de economia in-game, os testes têm sido valiosos para ajustar a proposta antes do anúncio oficial. Mas até agora não há data de lançamento — apenas a convicção de que essa vertente multiplayer vai ser um dos maiores trunfos de crescimento para a franquia.
Ao olhar para todo esse movimento, fica claro que a EA não quer apenas entregar um novo jogo, mas sim um ecossistema inteiro de experiências Sims, interconectadas e adaptáveis ao perfil de cada jogador. Resta aguardar o momento em que poderemos criar famílias virtuais lado a lado com amigos, customizar bairros inteiros em tempo real e, quem sabe, até ver nossos Sims ganhando versões para celular. Afinal, em um universo tão expansível quanto The Sims, qual será o próximo grande passo?