A colaboração entre LEGO e Nintendo já é um caso clássico de sinergia entre brinquedos e videogames: começou lá atrás, em 1999, com LEGO Racers no N64, e desde então houve presença quase anual de títulos LEGO em plataformas Nintendo. No era do Switch isso não foi diferente — tanto jogos originais quanto parcerias com grandes franquias invadiram o console. Com o Switch 2 agora em circulação, vale a pena olhar pra trás e mapear o legado LEGO no Switch, o que funcionou, o que foi apenas curioso e por que a marca continua relevante para público familiar e jogadores mais técnicos ao mesmo tempo.
Quantos jogos LEGO existem no Nintendo Switch?
Até janeiro de 2025, 17 jogos LEGO foram lançados para Switch. Destes, sete são criações originais da franquia LEGO e 10 são colaborações licenciadas com outras propriedades (Marvel, Star Wars, Disney, etc.). Há ainda dois títulos programados para 2025: LEGO Voyagers (lançamento 15 de setembro) e LEGO Party (lançamento 30 de setembro). A presença contínua mostra que a parceria não é só marketing — é um ecossistema de produtos que se complementa entre sets físicos e experiências digitais.
A lista abaixo segue a ordem de lançamento no Switch, com foco em design, jogabilidade e observações técnicas relevantes para quem joga no console.
LEGO City Undercover (2017)
Versão do título originalmente lançado no Wii U em 2013, chegou ao Switch um mês após o lançamento do console. É um sandbox com estrutura de missão, inspirado diretamente na linha LEGO City, em que você joga como um policial disfarçado. Em termos técnicos, é um título sólido para o Switch — mundo aberto de escala média, foco em exploração, humor na narrativa e mecânicas de investigação simples. Ideal para quem curte mundo aberto sem exigir otimizações gráficas extremas.
LEGO Worlds (2017)
O experimento sandbox mais “autêntico” ao espírito LEGO no Switch: construção voxelizada em mundos gerados proceduralmente, com ênfase em montar estruturas tijolo a tijolo. Se você procura algo com menos combate e mais criação, Worlds é a aposta. É o jogo que mais se aproxima de brincar com sets num ambiente digital expansível.
The LEGO Ninjago Movie Video Game (2017)
Adaptado do filme, seguiu a fórmula tradicional de ação e exploração dos jogos LEGO com níveis baseados no enredo do longa. É um jogo direcionado ao público mais jovem e fãs da franquia Ninjago; design de níveis e personagens refletem fielmente a estética do filme.
LEGO Marvel Super Heroes 2 (2017)
Sequência com escala gigantesca de personagens e locais do universo Marvel, incluindo elementos de viagem no tempo com Kang como antagonista. Para colecionadores de personagens e quem gosta de roster extenso, é um prato cheio. Tecnicamente, os jogos Marvel vieram com boa performance no Switch considerando a quantidade de conteúdo.
LEGO The Incredibles (2018)
Combina beats dos filmes originais e da sequência de 2018. Tem mais de 100 personagens jogáveis e foca nas mecânicas de superpoderes da família Parr. Ideal para fãs de jogos LEGO que querem variação no combate e em habilidades de personagem.
LEGO DC Super-Villains (2018)
Um spin-off que coloca o foco nos vilões do universo DC e introduz o conceito de personagem criado pelo jogador como centro da narrativa. O design tenta explorar moralidade e conflitos internos com humor, e a criação de um avatar customizado foi um passo interessante para dar agência ao jogador na progressão.
LEGO Harry Potter Collection (2018)
Coleção que reúne os dois títulos da franquia Harry Potter (Anos 1–4 e Anos 5–7). Portar tudo para Switch colocou um vasto conteúdo em um único cartucho/distribuição digital, perfeito para quem quer reviver a saga de modo leve, com puzzles, colecionáveis e referências ao universo Wizarding World.
The LEGO Movie 2 Videogame (2019)
Tie-in do filme que tentou mesclar ação-aventura com elementos construtivos do LEGO Worlds. Recebeu críticas por falta de inovação, mas mantém o carisma do universo The LEGO Movie. Um título aceitável para fãs do filme, menos indicado para quem busca mecânicas originais.
LEGO Jurassic World (2019)
Porta-fólio dos filmes Jurassic Park / Jurassic World com níveis retirados dos longas. Além dos personagens jogáveis, o título traz easter eggs curiosos como versões desbloqueáveis de diretores. Jogabilidade tradicional de LEGO com foco em ação e puzzles ambientais.
LEGO Builder’s Journey (2021)
Mudança de direção: um jogo de puzzles contemplativo que conta uma história paternal através de desafios geométricos. Menos combate, mais design de nível baseado em peças e disposição de blocos; excelente apropriação do vocabulário LEGO para contar uma narrativa íntima. Se você curte puzzles minimalistas, é um dos melhores usos da marca em formato digital.
LEGO Marvel Super Heroes (2021 no Switch)
Apesar de ter sido lançado originalmente em 2013, só chegou ao Switch em 2021. É o antecessor do Super Heroes 2 e oferece uma campanha solo com muitos personagens icônicos da Marvel. Um port tardio que lembra como a franquia costuma reviver seus títulos em novas plataformas.
LEGO Star Wars: The Skywalker Saga (2022)
Uma redefinição ambiciosa da experiência LEGO Star Wars: cobre as nove filmes da saga Skywalker, com mais de 300 personagens, 23 planetas e 100 veículos. Mudou a câmera para algo mais fechado, aproximando o jogador da ação e modernizando a sensação de combate e exploração. É um dos marcos técnicos e de conteúdo recente da franquia — um grande pacote para fãs de Star Wars e colecionadores de sets.
LEGO Brawls (2022)
Inspirado por jogos de luta estilo Smash Bros., Brawls é, tecnicamente, o pior recebido desta lista segundo Metascore (46). Criado com foco multiplayer acessível e microtransações, nasceu inicialmente no Apple Arcade e foi portado para Switch. Funciona como um passatempo casual, mas falha em profundidade competitiva.
LEGO Bricktales (2022)
Mais um título puzzle-aventura, mas em escala maior que Builder’s Journey. Diários de construção, dioramas temáticos e desafios que exigem solução criativa; desenvolvido pela ClockStone (série Bridge Constructor). Excelente para quem quer resolver puzzles com peças e composições, com foco em construção manual.
LEGO 2K Drive (2023)
Racing open-world em Bricklandia, desenvolvido pela Visual Concepts. Mistura pistas de rua, off-road e aquáticas com um editor de carros robusto que foi bastante elogiado. “Nossa análise chamou o criador de carros de ‘excelente’.” — IGN Se você gosta de corridas com personalização profunda, este é o melhor experimento automotivo do universo LEGO até agora.
LEGO Fortnite (2023)
Uma coleção de experiências dentro do ecossistema Fortnite: Odyssey (survival-crafting), Brick Life (RPG social online) e LEGO Islands (editor de níveis). É um experimento híbrido entre plataformas que usa a infraestrutura do Fortnite para levar experiências LEGO de forma social e modular.
LEGO Horizon Adventures (2024)
Colaboração com Guerrilla Games que reconta Horizon Zero Dawn em tom mais infantilizado. O foco está no combate simplificado, platforming e referências à série Horizon, adaptadas ao estilo e humor LEGO. Um bom exemplo de como adaptar IPs mais maduras para um público família sem perder identidade de jogo.
Os jogos LEGO no Switch mostram que a marca é versátil: do puzzle contemplativo ao sandbox aberto, tem lugar para diferentes estilos. Nem todo lançamento acerta no balanço entre acessibilidade infantil e profundidade para jogadores experientes, mas o portfólio é amplo o suficiente para agradar os dois públicos.
O que vem por aí e o impacto do Switch 2
Mesmo com o Switch 2 lançado, a Nintendo original ainda recebe lançamentos planejados: LEGO Voyagers (15 de setembro de 2025), um jogo cooperativo para dois focado em construção de naves espaciais; e LEGO Party (30 de setembro de 2025), um party game com 60 minigames, personalização de minifigura e modos de desafio para até três amigos. Isso mostra que o pipeline de conteúdo não foi interrompido pela nova geração — desenvolvedores ainda veem valor comercial e de comunidade no parque instalado do Switch.
Mas e do ponto de vista técnico? A transição para uma nova geração costuma acelerar ports e remasters, mas também eleva expectativas: jogadores vão querer upgrades de resolução, taxa de frames estável e tempos de carregamento reduzidos. Nos lançamentos mais recentes notou-se um cuidado maior com câmeras e sinais de design para tornar a experiência mais fluida — como no caso de Skywalker Saga. Será que veremos remasters otimizações de performance pensadas especificamente para Switch 2? Provavelmente sim, mas cores e estilo LEGO continuarão sendo o maior diferencial visual, não apenas polígonos.
Que tipo de jogador aprecia esses títulos?
– Quem curte shooters e ação em primeira pessoa talvez vá preferir poucas entradas da lista, mas fãs de narrativa leve, co-op local e colecionismo digital encontram aqui muita coisa.
– Jogadores técnicos podem se interessar por variações de performance e design de câmera (Skywalker Saga) e por ferramentas de criação (Worlds, Bricktales, 2K Drive).
Você prefere jogar sozinho para coletar tudo ou juntar amigos para as sessões cooperativas e party? Essa escolha muda totalmente a experiência.
Se você está buscando sets físicos que complementem os jogos, alguns destaques comerciais que dialogam bem com o catálogo digital: LEGO Super Mario Piranha Plant, LEGO Super Mario World: Mario & Yoshi, LEGO The Legend of Zelda Great Deku Tree e LEGO Super Mario: Mario Kart Standard Kit. Esses sets reforçam a integração entre jogar e construir — e alimentam a vontade de ver mais franquias Nintendo virarem sets ou jogos LEGO.
No fim das contas, a relação LEGO–Nintendo no Switch é mais do que um catálogo: é uma exploração de formatos. Alguns títulos foram experimentos ousados (Builder’s Journey, Worlds), outros foram aplicações de receita comprovada (Harry Potter, Marvel, Star Wars). A pergunta que fica é simples: qual franquia Nintendo ainda merece ser transformada em jogo LEGO? Zelda já tem sets físicos, Mario tem jogos e sets, mas e Metroid, Pokémon ou Bayonetta em versão LEGO — seriam bem-vindos, não seriam?