A final da PGL Masters Bucharest 2025 foi um daqueles confrontos nervosos que testam meta, tática e coração: a Aurora derrotou a Legacy por 3-2 e levou o título, enquanto a equipe brasileira ficou com o vice-campeonato. No saldo financeiro, a Legacy embolsa US$ 93,75 mil (R$ 505,29 mil) para os jogadores e mais US$ 93,75 mil (R$ 505,29 mil) para o clube; a Aurora fatura US$ 200 mil (R$ 1 milhão) mais US$ 200 mil (R$ 1 milhão) para a organização. Foi uma série de altos e baixos, com mapas decididos em detalhes táticos, clutchs e prorrogações — você já viu uma MD5 com tanta alternância de controle?
Como a MD5 se desenrolou
Dust2 foi o mapa inicial, escolha da Aurora, e mostrou uma partida parelha. A Legacy fechou o primeiro half na frente por 7-5 graças a rounds bem orquestrados no lado T e entradas coordenadas. Na segunda metade, a Aurora ajustou rotas e utilitários e fez 13-10, explorando erros de trade e timings da Legacy. Mirage, pick dos brasileiros, novamente teve um half inicial equilibrado, mas desta vez os turcos saíram com 7-5; a Aurora manteve consistência no segundo tempo e fechou 13-8 explorando mais leituras de rotação e melhores execuções de set piece.
Train foi o ponto de virada emocional da série. A Legacy dominou o primeiro half e foi para o intervalo com 9-3, com superioridade em retakes e controle de bombsite. Mesmo depois de a Aurora reagir e empatar próximos pontos, a Legacy resistiu e forçou prorrogação, vencendo por 19-17 — prova clara de preparo físico e calma nos clutchs. No mapa seguinte, Inferno, os brasileiros traduziam o momentum em controle: primeiro half 9-3 e vitória por 13-8 mantendo pressão em banana e entradas bem cronometradas.
O decider Nuke começou com a Aurora 7-5 no half inicial. A Legacy venceu o pistol e em sequência chegou ao 11º ponto mostrando que tinha o jogo mental para fechar a série; porém, a Aurora buscou ajustes defensivos, venceu rounds-chave e virou para 13-11. Pequenos detalhes decidiram: um ou outro Eco bem executado, uma falha de trade, uma smoke mal cronometrada — tudo somado definiu o campeão.
Apesar do vice, a Legacy demonstrou um nível de execução tática e individual que coloca o time entre os candidatos a qualquer torneio Major. XANTARES foi o nome da série, terminando com 103 eliminações e mantendo um impacto alto em rounds decisivos.
Estatísticas mostram a proximidade do confronto: Ismailcan “XANTARES” Dörtkardeş foi o destaque com 103-83, +20, ADR 90.5 e rating 1.36. Pela Legacy, Lucas “lux” Meneghini terminou com 98-92, +6 e rating 1.11, enquanto Bruno “latto” Rebelatto e Vinicius “n1ssim” Pereira mantiveram ratings acima de 1.07 e KASTs consistentes — sinais de uma equipe bem entrosada individualmente. No geral, a diferença de impacto por mapa foi micro, e a Aurora capitalizou melhor nas horas decisivas.
Taticamente, a Aurora soube variar o ritmo, alternando jogadas rápidas com meia-execução e mantendo a pressão nos momentos de eco da Legacy. Já os brasileiros apresentaram bom jogo coletivo, rounds planejados e capacidade de adaptação — faltou só aquele round final para fechar o jogo.
No fim, perder é duro, mas a Legacy sai fortalecida: provou competitividade em mapas variados (Dust2, Mirage, Train, Inferno e Nuke), forçou prorrogação e mostrou depth em várias posições. Resta perguntar: com esse nível mostrado, qual será a próxima meta de ajustes para transformar vice em título? O torneio acabou, mas a mensagem tática e individual já está clara para quem estuda o cenário competitivo.