Battlefield 6 S1 Blackwell Fields vira “paraíso dos snipers” e irrita brasileiros

Blackwell Fields, novo mapa de Battlefield 6, recebeu críticas por falta de cobertura, spawn kills e favorecimento a snipers, gerando frustração especialmente no Brasil.
Escrito por:
Lucas Amaral

Blackwell Fields chegou com Season 1 de Battlefield 6 e, em vez de animar a base, virou motivo de reclamação massiva — especialmente aqui no Brasil, onde servidores populosos e players agressivos amplificam os problemas de balanceamento. O novo mapa é ensolarado, tem bombas de óleo espalhadas, colinas fumacentas e uma tonalidade laranja que “gruda” em tudo: torres de rádio, metal, até os marcadores de objetivo. Mas o que deveria ser um cenário cinematográfico virou, para muitos, um terreno totalmente hostil para quem joga a pé ou pilota veículos. Em uma comunidade que valoriza destruição, escolha e posicionamento, Blackwell parece punir quem tenta jogar taticamente.

O principal ponto reclamado é a falta de cobertura consistente. Em Conquest, que é onde os combates se tornam massivos, jogadores relatam ser vistos e abatidos assim que ressurgem — muitas vezes com visão direta de pontos de spawn inimigos. “Não consigo contar quantas vezes eu spawno e já vejo o inimigo capturando pontos. Você é atirado de todos os ângulos, nunca tem um respiro. As pessoas podem spawnar e já te abater na hora,” reclamou um usuário no Reddit (u/SomePlayerBR). A sensação de exposição constante prejudica classes de suporte e engenharia, que dependem de esconderijo para consertar veículos ou armar defesas. O mapa favorece tiro a longa distância e punição instantânea — é, para muitos, um paraíso dos snipers.

Pilotos e helicópteros também estão na mira das críticas. Apesar de Blackwell ser relativamente grande, jogadores com hardware e loadouts corretos conseguem travar mísseis em jets antes mesmo da decolagem, e sistemas AA em pontos estratégicos permitem spawn-kills vindos do HQ. “Você pode ser spawn-killed pelo AA do HQ :),” comentou um usuário no Reddit (u/Square-Border-7525), trocando frustração por sarcasmo. Helicópteros que deveriam dominar o espaço aéreo acabam limitados a “garagens” — bons para guardar e decorar, ruins para apoiar progressão no mapa. Helis viraram objetos de vitrine, não ferramentas de jogo.

A estética laranja e a fumaça não são só luxo visual: elas afetam a jogabilidade. Muitos reclamam que a visibilidade já é problemática em Battlefield 6, e Blackwell amplifica isso — tiros atravessam áreas densas de fumaça e fãs de modos menores (Breakthrough, por exemplo) enfrentam caos quando os cenários ficam apertados e cobertos por partículas. “Joguei um Breakthrough que foi ok e um Conquest que foi um desastre. A visibilidade já é ruim independente das configurações, e esse tom vermelho/laranja desse mapa é catastrófico,” postou um jogador no Steam (SteamUser_BR). Tradução técnica: baixa visibilidade + long lines of sight = encontros imprevisíveis e frustrantes.

Do ponto de vista de design, algumas decisões parecem contraditórias. Mapas grandes normalmente suportam flancos, rotas alternativas e espaço para manobras aéreas — mas quando o mapa tem pontos de spawn vulneráveis e ângulos desprotegidos, ele corporifica o pior dos dois mundos: aberto demais para infantaria e cheio de “pontos mortais” para veículos. Isso levanta uma pergunta simples: como equilibrar espaço aberto com oportunidades reais de cobertura sem quebrar a identidade do mapa? É uma pergunta que a equipe de balanceamento da DICE/BF Studios e a EA terão que responder rápido.

A resposta da desenvolvedora até agora tem sido receptiva em outras frentes — implementaram ajustes menores desde o lançamento, como tonar down de highlights controversos em skins e reverter o tamanho de tickets no Conquest quando necessário — o que dá esperança. Além disso, Season 1 trará outro mapa, Eastwood, em 18 de novembro, prometendo uma paleta menos “solar” que pode aliviar quem está cansado do laranja. Ainda assim, a comunidade está pedindo correções técnicas, não apenas estéticas: reposicionamento de cobertura, revisão de pontos de spawn e ajustes em AA/lock-on para evitar kills imediatos.

Enquanto isso, o lançamento de Battlefield REDSEC e seu modo battle royale segue com problemas próprios, e jogadores brasileiros vêm relatando bugs e reclamações sobre passe de batalha e opções de fila no Steam. A realidade é que Battlefield 6 vive uma fase de teething — muitos sistemas chegam promissores, mas exigem polimento constante com base no feedback da comunidade.

Se você é daqueles que prefere estratégia, flanqueamento e jogo corpo a corpo, tem sido um teste de paciência. Se seu estilo é sniper ou visão de longo alcance, Blackwell pode ser prato cheio. Você prefere mapa bonito que favorece combate de longo alcance ou prefere algo que force confrontos mais próximos e táticos? A comunidade brasileira já está fazendo suas escolhas — e jogando pesado nos fóruns para que a DICE ouça.

Mesmo com toda a polêmica, é importante lembrar que mudanças chegam rápido quando há pressão unificada. O mapa pode melhorar com alterações pontuais (mais cobertura, tweaks de spawn e balanceamento de AA), mas também pode permanecer como está se a visão dos desenvolvedores priorizar a estética cinematográfica em detrimento do equilíbrio. O que fica claro é que Blackwell Fields acendeu um debate relevante sobre concepção de mapas em Battlefield 6 — e nós, jogadores, vamos ficar de olho nas próximas atualizações.