A Electronic Arts e a DICE finalmente lançaram, de surpresa, a nova vertente battle royale do universo Battlefield: Battlefield REDSEC. Disponível como título standalone e gratuito para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S, REDSEC reúne três experiências diferentes sob um mesmo guarda-chuva — Battle Royale, Gauntlet e Portal — e integra boa parte da infraestrutura do Battlefield 6 para quem já tem o jogo, mas sem prender quem só quer entrar na batalha livremente. Quer saber se vale a pena pular de paraquedas em Fort Lyndon ou se é só mais um BR com logo famoso? Vamos destrinchar cada pedaço com olhos de jogador competitivo e cabeça técnica.
Battlefield Battle Royale
O núcleo do REDSEC é, claro, a proposta de 100 jogadores: partidas grandes, foco tático e muita treta em solo urbano e costeiro. Fort Lyndon, descrito pela própria equipe como o mapa mais amplo já feito para a série, serve como cenário principal. “o maior mapa de Battlefield até hoje”, disseram a EA e a BF Studios. Ele é pensado para tirar proveito das assinaturas da franquia: destruição tática, pontos de interesse grandes e veículos que alteram o mapa (sim, tanks e barcos mudando o flow da partida). A trilha sonora do trailer até foi uma escolha estilosa — uma vibe mais cinematográfica do que puramente militar — mas o que interessa é como essas peças se encaixam em jogabilidade.
O loop de jogo mistura o que já conhecemos de outros BRs com a identidade Battlefield: pegar loot, estocar placas de armadura, capturar pontos relevantes e completar missões que aparecem dinamicamente. É menos “construção e edifício” do tipo Fortnite e mais “combate escalonado e tático”, tipo Warzone com destruição ambiental. Os veículos importam de verdade: encontrar um M1 Abrams pode garantir superioridade por um tempo, mas desbloquear o tanque exige execução de missões, obtenção de um keycard e abertura de garagem específica — um requisito que adiciona uma camada estratégica. Quer ir full agressão ou jogar para conquistar uma garagem? A decisão muda o ritmo.
Além disso, as classes tradicionais (Assault, Engineer, Support e Recon) retornam com mecânicas de progressão. Ganhar XP numa classe libera upgrades pensados para transformar o papel do jogador na partida: por exemplo, o Recon pode desbloquear uma melhoria que equipa drones com capacidade de soltar bombas — uma modificação que muda como reconhecimento e pressão aérea funcionam na fase final. Custom loadouts existem, mas são condicionados a missões ou a eventos de drop globais que aparecem de tempos em tempos; é uma economia de risco x recompensa: esperar por um drop pode trazer vantagem, mas também expõe você à competição. REDSEC é gratuito e independente: você pode jogar a BR mesmo sem ter Battlefield 6.
Gauntlet
Se você gosta de adrenalina compacta, Gauntlet é a opção para partidas curtas e intensas. Em vez de 100 players, são 32 distribuídos em apenas oito squads de quatro. A estrutura é de torneio: rounds rápidos com objetivos rotativos e limite de tempo — cinco minutos por rodada — forçando decisões rápidas e coordenação. Pense nisso como uma mistura de King of the Hill com missões objetivas em ritmo acelerado.
Aqui a importância da comunicação e do papel de cada classe fica ainda mais clara. Com objetivos que mudam toda hora, flexibilidade de loadout e rotação de pontos de interesse, equipes que conseguem adaptar estratégias entre rounds tendem a dominar. Para quem joga competitivo, Gauntlet funciona como um modo para treinar execução de objetivos, rotas de movimentação e uso de veículos menores sob pressão. Vale para quando você quer algo mais técnico e menos corrido por uma hora seguida — partidas curtas, mas que exigem concentração máxima.
Portal
Portal, conhecido de Battlefield 2042, está de volta expandido no ambiente gigante de Fort Lyndon. A promessa é a mesma: ferramentas de criação que deixaram a comunidade soltar a imaginação, reproduzindo modos clássicos e inventando coisas bizarras. No REDSEC, essas ferramentas têm mais espaço — literalmente — e isso permite construir desde percursos aéreos com golf carts até minigames que parecem tirados do GTA Online.
Do ponto de vista prático: quem possui Battlefield 6 tem acesso irrestrito aos materiais do jogo dentro do Portal no REDSEC. Já quem baixar só o REDSEC standalone encontra limitações importantes: não é possível usar conteúdos exclusivos do Battlefield 6 na hora de criar ou jogar mapas que dependam desses materiais. O modo Portal dentro do REDSEC permite criações absurdas em Fort Lyndon, mas quem não tem BF6 fica limitado a materiais do REDSEC. Isso aumenta a barreira para criadores que querem reproduzir certas experiências, mas não impede que a comunidade crie conteúdo altamente divertido com os assets disponíveis.
Como o Battlefield 6 convive com o REDSEC?
A integração é interessante: REDSEC é gratuito e separado, mas está ligado ao Battlefield 6 em termos de progresso e passe de temporada. Com o lançamento da Temporada 1, o sistema de battle pass compartilha recompensas e XP entre o jogo base e o REDSEC — o que significa que grindar em um modo traz benefícios no outro. No entanto, há nuances: certos eventos, desafios e skins podem ficar atrelados a um ou outro ambiente, e alguns itens do Battlefield 6 podem não aparecer em certas experiências do REDSEC.
Importante notar a política da EA sobre desbloqueios exclusivos: “não há planos” para desbloqueios exclusivos do REDSEC, disse a EA. Na prática, isso implica que a intenção é manter o ecossistema de conteúdo o mais integrado possível, evitando que quem não tem o jogo base fique completamente fora de certas recompensas. Ainda assim, a limitação no Portal para criação com materiais do BF6 é um ponto de fricção que a comunidade deve acompanhar.
REDSEC roda nas mesmas plataformas de Battlefield 6 (PC, PS5, XSX/S), então espere paridade técnica com o jogo base: assets de alta qualidade, física de veículos similar e, dependendo do seu sistema, necessidade de otimização para lidar com 100 players e muitos efeitos de destruição. Quer performance estável? Priorize SSD, memória decente e, no caso do PC, ajuste de qualidade de partículas e sombras se notar dips framerate em áreas intensas.
O design do mapa e a presença massiva de veículos também trazem desafios de balanceamento. Você não quer que um time viaje de tanque por todo o mapa e domine simplesmente por ter conseguido o spawn do veículo cedo demais. As exigências como keycards para garagens funcionam como contrapeso: dar poder, mas só se você se dedicar a completar objetivos. Isso reforça o caráter tático do jogo e recompensa equipes que coordenam missões.
Para quem já joga competitivamente, as oportunidades de meta emergente são claras: rota de obtenção de keycards, controle de zonas ricas em loot, timing de uso de veículos e gestão de recursos em finais de partida onde o anel (sim, o anel de fogo que lembra Firestorm de Battlefield V) encurta o espaço. Você prefere segurar uma garagem até o final ou usar o tanque cedo para abrir caminho? Que tempo você deixa para rotacionar com um carro leve vs. barcaça de ataque? Perguntas dessas definem partidas.
No fim das contas, REDSEC não é só mais um modo BR: é um ecossistema com três pilares que podem atrair diferentes públicos. Os fãs de partidas longas e táticas vão curtir a BR tradicional, quem quer rounds curtos e objetivos prefere o Gauntlet, e os criadores têm espaço de sobra no Portal. Resta ver como a DICE vai balancear os veículos, a economia de drops e as limitações criativas para quem não possui o jogo base — elementos que vão ditar se REDSEC vira um hub duradouro ou apenas mais uma tentativa sazonal.
Se você é fã de shooters competitivos e curte jogos de ação em primeira pessoa, REDSEC merece uma olhada técnica: teste como o jogo escala em seu hardware, experimente as rotações de loadout e foque em como as classes evoluem durante as partidas. E então, qual modo você acha que vai dominar seu tempo de jogo: dominar Fort Lyndon num Abrams ou criar um mapa maluco no Portal?