Borderlands 2 lidera o ranking dos melhores looter shooters

O texto analisa 14 jogos do gênero looter shooter, destacando mecânicas, estilo, desafios e preferências para diferentes tipos de jogadores, com recomendações variadas e análise técnica detalhada.
Escrito por:
Lucas Amaral

O gênero “looter shooter” é estranho: raro de verdade, mas capaz de sugar centenas de horas da sua vida como se nada. Passei quase duas décadas fuçando esses jogos — experimentando loot tables, testando builds até me irritar, e vendo projetos brilhantes e fracassados caírem no mesmo abismo. O que define um looter shooter para mim? Simples: mecânica de tiro (1ª ou 3ª pessoa) como interação principal, e um sistema de recompensa que te dá equipamentos — frequentemente com drops randômicos — que te empurra para o endgame. Isso inclui live services como Destiny e games mais “completos” como Outriders, desde que exista um gancho contínuo que te faça voltar. Quer saber quais valem o tempo investido? Bora.

Se você curte atirar em monstros pra pegar loot, esse gênero é uma armadilha deliciosa.

14. Crab Champions

Developer: Noisestorm | Plataformas: PC (Steam Early Access) | Data: 1º de abril de 2023
Crab Champions é a definição de “proposta excêntrica que funciona”. Criado por uma única pessoa, é um roguelike onde você é um caranguejo armado até os dentes, enfrentando outras criaturas e cabeças flutuantes bizarras. Tecnicamente não é o mais polido do rol — animações e hit feedback podem parecer simples perto de pesos-pesados — mas a jogabilidade é ágil e responsiva, com combate pensado para sessões curtas e explosivas. O loop roguelike entrega upgrades temporários e loot que mudam suas runas de jogo, o que incentiva experimentação constante. Não tem microtransações, o que é um alívio no cenário atual; paga-se uma vez e joga-se. Se você quer algo que caia bem entre partidas curtas e muitas risadas, vale os 10 reais do Steam.

Aspectos técnicos: roda bem em hardware modesto; CPU-bound em builds com muitos inimigos, então alguns frames podem cair em CPUs mais antigas. Crossplay? Não. Ainda em evolução.

13. Shadow Warrior 2

Developer: Flying Wild Hog | Publisher: Devolver Digital | Plataformas: PC, PS4, Xbox One | Data: 13 de outubro de 2016
Shadow Warrior 2 é um híbrido bem executado de shooter com elementos de looter — áreas semi-open world, geração procedural de mapas e loot randômico que lembra Borderlands. O combate combina armas de fogo e lâminas, e o sistema de modificação de armas e perks permite builds simples porém satisfatórios. O gunplay tem peso, som e feedback aceitáveis; não é o auge técnico, mas funciona na prática. O que salva o jogo é a personalidade: humor ácido, ritmo acelerado e designers que não pegam leve nas hordas. Para co-op, o balanceamento fica divertido, mesmo que o endgame não seja tão profundo quanto o de títulos dedicados ao grind.

Performance: no PC, escala bem com GPUs modernas; uso de occlusion culling e LODs é inteligente, mas há pop-in ocasional em configurações altas. Ideal para quem quer ação rápida sem complexidade extrema de builds.

12. Borderlands 3

Developer: Gearbox Software | Publisher: 2K | Plataformas: PC, PlayStation, Xbox, Switch | Data: 13 de setembro de 2019
Borderlands 3 elevou os gráficos e limpou a mira do sistema de tiro em relação aos antecessores. O arsenal é bizarro como sempre, com procedurals e gimmicks que fazem cada arma sentir única. Em termos de balanceamento e buildcrafting, porém, senti que estava um passo atrás de concorrentes como Destiny — as árvores e possibilidades são mais rasas. Ainda assim, a campanha interplanetária é compacta e variada, e pegar armas absurdas nunca envelhece. A escrita e antagonistas me deixaram dividido; o jogo tropeça em escolhas cômicas às vezes questionáveis. Mas se você quer mais Borderlands com tiro refinado, este é o melhor dentre os lançamentos recentes antes do 4.

Técnico: melhorias no netcode e estabilidade nas versões de próxima geração; load times menores no Series X/PS5. Otimizado para manutenção constante com DLCs.

11. Outriders

Developer: People Can Fly | Publisher: Square Enix | Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S | Data: 1º de abril de 2021
Outriders é, na essência, um looter shooter com alma de ARPG. O diferencial aqui é o sistema de classes com poderes sobrenaturais e um foco pesado em buildcrafting. A expansão Worldslayer refinou muita coisa — balanceamento, equipamento endgame e mecânicas de crafting — transformando o jogo numa experiência profunda de otimização. O combate tem peso cinematográfico: tiros doem, habilidades têm impacto real no fluxo das lutas e os encontros de grupo exigem sinergia entre poderes. Também é notável que Outriders não virou live-service; foi suportado por um conteúdo significativo e ponto. Quer uma experiência fechada, cooperativa e técnica de builds sem a toxicidade do grind infinito? Outriders é uma excelente pedida.

Performance: no PC oferece opções gráficas robustas (DLSS, FSR), e o netcode em sessões privadas é estável. Otimização em consoles de geração atual é sólida, embora alguns momentos apresentem quedas em zonas com muitos efeitos.

10. Borderlands: The Pre-Sequel

Developer: 2K Australia, Gearbox Software | Publisher: 2K | Plataformas: PC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One | Data: 14 de outubro de 2014
A transição para a gravidade reduzida e a ambientação lunar trouxe mecânicas pandêmicas: butt slams, salto prolongado, e gerenciamento de oxigênio que mudam a leitura do combate. É menos evolução e mais expansão do que inovação — basicamente um DLC longo de Borderlands 2 —, mas essas adições definem momentos de jogo muito divertidos. Armas seguem o padrão de negócio do universo Borderlands com procedurais loucos; o tema lunar dá uma cara nova às lutas e aos encontros. Se você curte o universo e quer um capítulo que brinca com física e mobilidade, é uma escolha acertada.

Aspectos técnicos: engines baseadas em renderização antiga, então não espere feats visuais modernos; rola bem em hardware atual via ports.

9. Tiny Tina’s Wonderlands

Developer: Gearbox Software | Publisher: 2K | Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S | Data: 25 de março de 2022
Tiny Tina transforma a fórmula Borderlands em fantasia, com um design inspirado em tabletop. O que salta aos olhos é a coesão entre narrativa irreverente e o loot: builds com magia e armas de fogo criam combos absurdos. A introdução de um mapa com estrutura de overworld e elementos de RPG de mesa adiciona variedade ao loop. Tecnicamente, o jogo mantém a sensação clássica de Borderlands, com melhorias pontuais em iluminação e partículas. A escrita é boa, mas não atinge consistentemente o pico de Borderlands 2. Ainda assim, para quem quer algo mais fantasioso e com mecânicas novas, é sucesso.

Performance: bom scaling em next-gen; crossplay parcial dependendo da plataforma. Ótima opção para co-op com amigos que curtem variedade de classes.

8. Destiny

Developer: Bungie | Publisher: Activision | Plataformas: PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One | Data: 9 de setembro de 2014
O impacto de Destiny no gênero não pode ser subestimado. Ele mudou o paradigma: looter shooters como serviço, raids cooperativos complexos, e um foco em reconhecimento de arma e movimento que influenciou a indústria. Apesar do enredo confuso e grind às vezes mal projetado, o gunplay em primeira pessoa tem uma sensação única — cada arma tem peso e resposta sonora que faz o tiro ser uma satisfação técnica. O ciclo de conteúdo gerou comunidades duradouras e metas de otimização de builds. Pergunta óbvia: você suporta um live-service que exige ritual de jogo semanal? Se sim, há muito valor aqui, especialmente em PvP e raids.

Técnico: estabilidade sólida na época, mas legado dividido entre gerações de plataformas e versões. A trilha sonora é frequentemente citada como das melhores já feitas para shooters.

7. Borderlands

Developer: Gearbox Software | Publisher: 2K | Plataformas: PC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One, Switch | Data: 20 de outubro de 2009
O pai do subgênero. A mistura de FPS com elementos ARPG trouxe um loot table massivo pela primeira vez em um título de tiro significativo. O que falta em polimento gráfico é compensado por design de arma e personalidade. Buildcrafting é simples, mas funcional; os vault hunters são icônicos; o mundo de Pandora estabeleceu regras que todos os outros seguiram. Tecnologicamente, beirou inovação ao adaptar mecânicas de loot para um cenário FPS. Muitas ideias foram lapidadas nas sequências, mas o original mantém um charme essencial.

Desempenho: versões remasterizadas melhoraram framerate e resolução, tornando a experiência mais palatável hoje.

6. Tom Clancy’s The Division 2

Developer: Massive Entertainment | Publisher: Ubisoft | Plataformas: PC, PS4, Xbox One | Data: 15 de março de 2019
Se você quer uma abordagem mais “tática”, The Division 2 é o caso. Mecânicas de cobertura, balística simulada e loot rígido que prioriza estatísticas e slots de mod fazem deste um looter shooter altamente técnico. A Dark Zone, especialmente, é uma aula de design: mistura PvE e PvP com extração de loot — tensão constante entre cooperar e trair. O sistema de raids e conteúdos de alto nível exige otimização de gear ao extremo; é jogo de números, perks e sinergia. Visualmente, oferece um Washington D.C. pós-colapso com clima e iluminação caprichados. Se você curte teoria de builds e rigidez tática, aqui tem muito para dissecar.

Técnico: exige bom ping para coop competitivo; servidor dedicado melhora a experiência. Em hardware, ótimos resultados com GPUs que rodem texturas em alto detalhe.

5. Destiny 2

Developer: Bungie | Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S | Data: 6 de setembro de 2017
Destiny 2 é o exemplo clássico de como um live-service pode ser ótimo quando bem sustentado. O arsenal é refinado, habilidades e subclasses dão profundidade à identidade do jogador, e raids são conteúdo de alta engenharia social e mecânica. A vantagem técnica aqui é o “feeling” do tiro: precisão, recoil, alcance e som que tornam a experiência de atirar incrivelmente satisfatória. O que irrita é a inconsistência: expansões fenomenais convivem com temporadas fracas e sistemas grindy que desgastam. Ainda assim, quando o meta está bom, não há nada igual em termos de recompensa por skill e coordenação.

Aspectos técnicos: claro foco em otimização para múltiplas gerações; atualizações de engine e balanceamento frequentes. Comunidade ativa e ferramentas para speedrunners e min-maxers.

4. Warframe

Developer/Publisher: Digital Extremes | Plataformas: PC, PS4, PS5, Xbox One, Xbox Series X/S, Switch | Data: 25 de março de 2013
Warframe é uma besta própria — mais looter slasher que shooter, mas com sobreposição intensa de mecânicas. Você é um ninja espacial com parkour fluido, builds profundos e uma economia free-to-play que funciona. O modelo “live forever” do jogo e a cadência de atualizações transformaram Warframe em laboratório de experimentação: roguelike zones, space combat, e até elementos narrativos que mudaram o jogo. Se gosta de modularidade extrema em builds, crafting complexo e progressão longa, aqui tem território sufocante de conteúdo. Não é só grind por grind; há design técnico e engenharia de sistemas por trás de cada expansão.

Performance: muito bem otimizado para PC; no console, adaptado com sucesso. O jogo é antigo, mas recebe atualizações contínuas que reinventam mecânicas.

3. Borderlands 4

Developer: Gearbox Software | Publisher: 2K | Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X/S, “Switch 2” | Data: 12 de setembro de 2025
Se você não ouviu, Borderlands 4 chegou e mexeu comigo de um jeito raro: um salto técnico e de design grande comparado ao 3. Abriu um mundo mais coeso em Kairos, com verticalidade, traversal (grappling, gliding) e uma sensação de mobilidade que muda completamente o combate. O gunplay recebeu ajustes inteligentes: recoil model revisit, hit detection melhorada e feedback visual/sonoro polido. O loot continua absurdo, mas agora as árvores de personalização e modificadores pro endgame são mais significativos — não é só roll de stats, é decisão de build.

Claro, no lançamento havia bugs e edges de performance — é natural — mas a roadmap agressiva e promissora aponta para patches que devem resolver os pontos críticos. Se Borderlands 4 manter a curadoria de conteúdo e balancear o endgame, tem potencial para dominar o gênero novamente. Passei mais de 60 horas e ainda sinto que tem muito por vir.

2. Remnant 2

Developer: Gunfire Games | Publisher: Gearbox Publishing | Plataformas: PC, PS5, Xbox Series X/S | Data: 25 de julho de 2023
Remnant 2 é o “Dark Souls com armas” por boas razões: combate punitivo, padrões de ataque precisos e um sistema de armas que exige estudo. O paradoxo é que ele não usa loot randômico da maneira tradicional — o jogo dá recompensas garantidas por derrotas específicas — mas ainda assim incorpora elementos de looter shooters: co-op intenso, construção de builds e progressão centrada em equipamentos. O que brilha aqui é a design de encounters e a sensação de conquista ao dropar um item raro após uma luta que te exigiu paciência e técnica. Para jogadores que preferem skill e conhecimento de mecânicas em vez de horas de farm repetitivo, Remnant 2 é uma lufada de ar fresco.

Técnico: bom uso de shaders para atmosferas alienígenas; otimização adequada em consoles next-gen. Sistema de matchmaking funciona bem para co-op.

1. Borderlands 2

Developer: Gearbox Software | Publisher: 2K | Plataformas: PC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One, Switch | Data: 18 de setembro de 2012
Borderlands 2 é, para mim, a combinação perfeita de humor, loot e design de armas. O gunplay pode parecer datado tecnicamente para alguns padrões modernos, mas a variedade e lógica por trás das armas, perks e ações em combate criam um ecossistema viciado — é fácil perder horas experimentando builds e rotas de DLC. A escrita atinge um equilíbrio raro entre comédia e momentos emocionais que realmente funcionam; Handsome Jack é um antagonista que virou sinônimo de sucesso narrativo no gênero. O endgame aqui inspirou muitos conceitos que hoje vemos em Destiny e outros — é pedagogia pura para designers. Passei mais de mil horas no jogo na época, e toda vez que retorno, algo ainda me pega.

Borderlands 2 ainda é o padrão-ouro dos looter shooters para mim.

Então qual é a melhor escolha para você? Depende do que você busca:
– Quer ação pura, absurda e imediata? Borderlands 2/3/4 e Tiny Tina entregam esse punch.
– Procura um live-service com raids e PvP duradouros? Destiny 2 e Warframe são apostas seguras.
– Prefere builds técnicos e táticos? The Division 2 e Outriders são onde números e sinergia importam.
– Gosta de desafio punitivo e recompensa por habilidade? Remnant 2 é obrigatório.
– Só quer algo diferente e bizarro? Crab Champions é o respiro que faltava.

Alguns pontos técnicos transversais que curto sempre analisar:
– Hit detection: elementos como netcode e client-side prediction tornam ou destroem a sensação de tiro. Jogos como Destiny e The Division acertaram isso; outros precisam polir.
– Feedback de arma: som, recoil, partículas e tela — pequenos detalhes que tornam disparar uma arma satisfatório. Testo cada arma pelo feedback, não só pelos números.
– Escalonamento de dificuldade e balanceamento do loot: jogos que oferecem builds viáveis fora da “meta” garantem longevidade.
– Endgame sustentável: raids/raides, modos roguelike ou sistemas de crafting com profundidade mantêm o jogador por anos.
– Suporte pós-lançamento: hotfixes, patches e conteúdo novo são sinais de saúde do título.

Fiz questão de incluir opções variadas porque o “melhor” looter shooter muda conforme o que você valoriza: narrativa, gunplay, buildcrafting, comunidade ou simplesmente diversão sem compromisso. E aí, qual desses te chama mais atenção? Tem algum looter shooter que você acha que merecia estar na lista? Conta aí — adoro quando a comunidade aponta pérolas indie ou mods que transformam experiências.