Borderlands 4 ganhou uma nova técnica de movimento que já virou assunto entre speedrunners e streamers: o chamado “cricket jumping”. A mecânica explora um bug no site do Ripper Drill em The Prospects e permite que o jogador atravesse grandes áreas do mapa combinando o impulso do glitch com a habilidade de planar do jogo. O curioso é que a técnica foi descoberta ao vivo por streamers — e desde já dividiu opiniões entre diversão, exploração de mecânicas e risco técnico para o jogo em si. Quem diria que um atalho de física geraria debates sobre estabilidade e patches, não é mesmo?
O método é simples — do ponto de vista técnico — mas exige execução precisa: suba no topo do drill, alinhe seu personagem na direção desejada com as costas apontadas para o sentido a que quer se deslocar, saia do jogo (tab out) e então dispare. Seu personagem é lançado por uma força inesperada e, ao acionar o plane, atravessa áreas que normalmente levariam minutos para percorrer. Foi mostrado pelo streamer Bahroo em uma transmissão; desde então, runs e exploits começaram a emergir na comunidade. Isso tem tudo para virar uma ferramenta essencial em speedruns, mas também pode se transformar em dor de cabeça se afetar a estabilidade do jogo. Vale a pena explorar cada canto do mapa ou isso vai estragar a experiência para muita gente?
“Estou de olho nisso. Minha única preocupação é com streaming ou se isso introduzir instabilidade. Não quero acabar com a diversão das pessoas, mas não podemos deixar que cause problemas técnicos. Por enquanto, não farei nada até que surjam problemas comprovados.” — Graeme Timmins (Diretor Criativo)
Performance, patches e a diferença entre PC e console
Enquanto a comunidade descobre e afiada esses truques, a parte técnica do jogo vem sofrendo críticas — especialmente em consoles. Digital Foundry publicou uma análise destacando que o desempenho começa a cair após cerca de 30 minutos a uma hora de jogo contínuo, em plataformas como PlayStation 5 Pro e Xbox Series X. A deterioração gradual de framerate foi chamada de “invasiva demais na experiência geral, uma interrupção frequente demais.” Isso não é só um incômodo estético; afeta jogabilidade, mira e estabilidade em partidas longas. “É intrusivo demais na experiência geral, muito regular como interrupção.” — Digital Foundry
Randy Pitchford, chefe de desenvolvimento da Gearbox, reconheceu publicamente o problema e comentou soluções temporárias enquanto a equipe trabalha em atualizações. “Estamos cientes do problema e trabalhando em melhorias. Como paliativo, sair e reiniciar o jogo no console tem restaurado a performance.” — Randy Pitchford (Gearbox) Tom Morgan, da Digital Foundry, criticou a ideia de reiniciar como solução aceitável: “Resetar o jogo a cada hora realmente não deveria ser uma solução esperada para os jogadores.” — Tom Morgan (Digital Foundry)
A diferença no ritmo de patches entre PC e consoles também foi explicada pela própria equipe de produção: testes e certificação de first-parties tornam o processo mais lento em consoles. “O teste e certificação em console é mais envolvido do que empurrar builds no PC. Demora mais com as first-parties, pois precisamos garantir qualidade nos patches. Está vindo e estamos fazendo tudo para acelerar.” — Graeme Timmins (Diretor Criativo)
No PC, os problemas também existem: análises iniciais apontam stutters significativos e especialmente problemas ao usar presets gráficos muito altos. A Gearbox disse que corrigir a performance no PC é “prioridade máxima” e chegou a sugerir um guia de otimização da Nvidia na página do Steam para ajudar enquanto patches chegam. “Corrigir o desempenho no PC é prioridade máxima para o estúdio.” — Gearbox Eles lembram ainda que, ao mudar configurações gráficas, shaders precisam ser recompilados e os jogadores devem manter o jogo rodando por pelo menos 15 minutos para avaliar o real impacto das alterações.
Se você está entrando agora em Borderlands 4: não ignore os códigos SHiFT atualizados, use o mapa interativo e aproveite a ferramenta de planejamento do Maxroll para montar builds. E claro, qual personagem escolher? Nossos jogadores experientes não chegaram a um consenso — quem estava certo dessa vez?
No fim das contas, “cricket jumping” é um ótimo exemplo de como comunidades exploram engines e mecânicas para criar novas formas de jogar — e de como isso pode forçar estúdios a balancear diversão vs estabilidade. Será que a técnica vai permanecer como um diferencial competitivo em speedruns ou será corrigida antes que gere problemas de transmissão e quedas de performance? Fique de olho nas atualizações da Gearbox e teste com cuidado: explorar é parte do jogo, mas performance ruim pode transformar descoberta em frustração.