O lançamento de Borderlands 4 foi uma montanha-russa: crítica elogiando (a gente deu 8/10), público empolgado — e problemas técnicos que azedaram boa parte do entusiasmo, especialmente aqui no Brasil onde muitos jogadores dependem de builds variadas e conexões que já são mais sensíveis a bugs. Gearbox, 2K e Take-Two estão trabalhando em patches, mas a pergunta que fica é clara: isso basta pra recuperar a confiança da comunidade?
Desempenho técnico e reação da comunidade
No lançamento, PC e consoles next-gen enfrentaram dor de cabeça. Usuários relatavam queda de desempenho mesmo em máquinas topo de linha, forçando reduzir quase tudo nas opções gráficas e ainda assim não alcançar a taxa de quadros desejada — algo inaceitável em um shooter que depende de fluidez. No PS5 e Xbox Series X/S, o problema apareceu de outra forma: degradação de performance em sessões longas e a ausência de um slider de FOV deixou muita gente irritada, especialmente quem joga em monitores ultrawide ou tem sensibilidade a campo de visão reduzido. Gearbox chegou até a pedir que jogadores esperassem cerca de 15 minutos após mexer nas opções gráficas para que o jogo “se estabilizasse” — solução paliativa, na melhor das hipóteses. Foi um lançamento tecnicamente tremido, que deixou claro problemas de otimização importantes.
Os patches recentes trouxeram correções: FOV, otimizações para PC e ajustes de estabilidade ao longo das sessões. Ainda assim, o estrago na percepção pública já estava feito — o jogo caiu para 4.5/10 nas notas de usuário no Metacritic e recebeu avaliações “mistas” no Steam. Parte disso também foi alimentado por termos de serviço controversos que a Take-Two lançou ao redor do título, aumentando a sensação de desconfiança. Afinal, quando um jogo promete horas e horas de conteúdo, você quer que a experiência inicial seja sólida, certo?
“Houve um pouco de suavidade nas vendas dos EUA logo de cara por conta de questões técnicas, mas acreditamos que, no decorrer do tempo, tudo será compensado e estaremos em uma ótima posição.” — Strauss Zelnick, CEO da Take-Two.
“O jogo recebeu grande elogio da crítica, com muitos chamando-o de ‘o melhor Borderlands até agora’. A comunidade foi calorosamente receptiva, e no fim de semana de estreia atingimos o maior número de jogadores simultâneos na Steam da história da franquia. Borderlands 4 dominou o YouTube com 30 milhões de visualizações e alcançou o #1 na Twitch durante o lançamento. Embora tenhamos enfrentado desafios de otimização e performance no PC, a Gearbox tem endereçado essas questões e lançado atualizações para melhorar a jogabilidade. Estamos confiantes de que Borderlands 4 alcançará fortes vendas ao longo de sua vida útil.” — Relatório financeiro da Take-Two.
Vendas, percepção e o que vem pela frente
Apesar dos problemas, os números mostram outra camada: segundo a empresa de dados Circana, Borderlands 4 foi o jogo premium mais rentável nos EUA em setembro de 2025 e o terceiro mais rentável no acumulado do ano — aqui vale lembrar que esse ranking é por receita, não por unidades vendidas. Ou seja: mesmo com bugs, o apelo da marca e o hype geraram vendas e muita audiência nas plataformas de streaming. Isso nos mostra algo que todo produtor no Brasil também já viu: uma comunidade grande pode sustentar um produto enquanto ele recebe ajustes, mas não dá pra subestimar o desgaste de imagem.
O roadmap pós-lançamento inclui balanceamentos, eventos sazonais e novos Vault Hunters — conteúdo que costuma manter a base ativa. Para o público brasileiro, onde a cultura de replay e coop é forte, o sucesso vai depender da continuidade das correções e da transparência da Gearbox/2K: atualizações frequentes, comunicação clara sobre prazos e responsabilidade sobre políticas de uso. E para os jogadores que ficaram insatisfeitos: lembre-se das regras de reembolso das lojas digitais no Brasil e dos canais de suporte — às vezes pedir reembolso é a reação mais prática.
No fim das contas, Borderlands 4 tem potencial técnico e designer para ser um acerto a médio prazo, mas precisa transformar confiança em estabilidade. Você, como jogador, vai esperar pelas correções ou já perdeu a vontade de revisitar Pandora?