Dan Houser, cofundador da Rockstar e roteirista-chefe por anos, deixou a empresa há mais de cinco anos — e mesmo assim continua ligado emocionalmente ao universo que ajudou a criar. Em entrevista ao podcast de Lex Fridman, ele disse que sentiria mais tristeza ao descobrir que Red Dead Redemption 3 está em desenvolvimento sem a sua participação do que ao saber o mesmo sobre GTA 6. Afinal, Red Dead Redemption 2 virou referência narrativa e técnica no mundo dos games. Red Dead Redemption 2 é considerado uma obra-prima e um dos melhores jogos já feitos. Não é só nostalgia: é legado narrativo que muita gente aqui no Brasil e no mundo ainda discute.
Antes de tudo, vale relembrar o contexto: Houser foi o roteirista principal da maioria dos jogos da Rockstar por mais de uma década, então é natural que esteja ligado emocionalmente ao futuro das franquias. Ele já confirmou ao IGN que GTA 6 não terá uma história ou personagens desenvolvidos por ele — mas, mesmo assim, acredita que o jogo “provavelmente vai acontecer” e que será ótimo. “Claro, deixar ir algo em que trabalhei de um jeito ou de outro por tipo 20 anos… e escrevi nos últimos 10 ou 11 que saíram, escrevi todos eles, ou fui o roteirista principal de todos eles… deixar isso ir é uma grande mudança. E triste de certa forma.” — Dan Houser
O que chama atenção na fala de Houser é a diferença de impacto emocional entre as franquias. Segundo ele, a linha narrativa de Red Dead é mais coesa — foi construída em arco entre dois jogos principais — então a ideia de outra equipe continuar esse arco é mais dolorosa pra ele do que ver GTA seguir sem sua contribuição. “Porque cada um dos jogos de Grand Theft Auto era meio que uma história independente, não é bem a mesma coisa… Acho que, de certa forma, seria mais triste se alguém continuasse Red Dead, porque foi um arco coeso de dois jogos.” — Dan Houser Ele também lembrou uma parte prática da indústria: ele não é dono das IPs. “Isso faz parte do acordo. É um privilégio trabalhar nessas coisas, mas você não necessariamente as possui”, resumiu.
Isso nos leva à pergunta inevitável: Red Dead Redemption 3 é só uma questão de tempo? Historicamente, a série começou com Red Dead Revolver (2004), e a Rockstar pode optar por criar um subuniverso ou continuar a linha principal quando achar que o timing e a tecnologia estão certos. Do ponto de vista comercial e de IP, continuar a série é praticamente inevitável. Vendeu mais de 60 milhões de cópias — números que pesam muito na decisão de qualquer publisher, inclusive no Brasil, onde a base de fãs por jogos de mundo aberto é grande e engajada.
Roger Clark, que interpreta Arthur Morgan em RDR2, também falou sobre o futuro da franquia e não escondeu seu otimismo, mas deixou claro que Arthur não deve voltar. “Tenho certeza que veremos Red Dead Redemption 3 um dia. Quando isso será — não tenho a menor ideia. E não conte com a participação do Arthur também. A história dele já foi contada, eu sinto.” — Roger Clark Em outra entrevista ao IGN, Clark reforçou que, mesmo sem informação privilegiada, é óbvio que a Rockstar voltará ao universo Red Dead, citando até comentários de Strauss Zelnick, CEO da Take-Two, sobre a relevância das franquias: “GTA e Red Dead são franquias proeminentes para a Rockstar Games e que elas vão voltar no futuro.” — Strauss Zelnick
Enquanto isso, o foco imediato da Rockstar é GTA 6, com lançamento previsto para maio de 2026 — data que acende expectativas técnicas e competitivas, especialmente entre jogadores de PC e Xbox Series X no Brasil que esperam otimização, suporte a taxa de quadros e modos online robustos. E pra quem curte narrativa: será que a Rockstar vai preferir revisitar o Velho Oeste com uma perspectiva totalmente nova, fazer um prequel ou retomar personagens secundários? Qual direção narrativa teria mais espaço pra inovação sem trair o que já existe?
No fim das contas, a saída de um criador não mata um universo, mas muda o tom e as prioridades. A franquia Red Dead já provou que funciona tanto como épico narrativo quanto como produto massivo de mercado — e é isso que torna a ideia de um terceiro jogo plausível e, ao mesmo tempo, delicada. Você quer ver onde a Rockstar leva o Velho Oeste: mais nostalgia fiel ao tom original ou uma reinvenção que abrace novas ideias e tecnologias?