Dragon Quest 1&2 HD-2D mantém a beleza de DQ3 e alterna entre desafio solo e party

Dragon Quest 1&2 HD-2D Remake chega com a responsabilidade de seguir os passos brilhantes deixados por Dragon Quest 3 HD-2D Remake — e depois de uma hora jogando uma build prévia, dá pra sentir que a Square Enix aplicou o mesmo cuidado artístico e técnico aqui. Se você curte RPGs clássicos, quer ver como grafismo moderno se mistura com mecânicas antigas, ou simplesmente gosta de um desafio sem rodeios, essa dupla tem bastante a oferecer. Minhas impressões focam em performance, design de combate e decisões de remake que mantêm o esqueleto original intacto — para o bem e para o mal.

“Avaliei Dragon Quest 3 HD-2D Remake com nota 9 no meu review; é um exemplo brilhante de como refazer um RPG clássico.” — Logan Plant

Ordem cronológica e estrutura do pacote

A primeira coisa a entender: Dragon Quest 3 foi originalmente um prelúdio para Dragon Quest 1 e 2, mas a Square Enix resolveu lançar a trilogia remasterizada em ordem cronológica interna. Ou seja, o remake do 3 veio primeiro; agora 1 e 2 aparecem juntos, num pacote em que você escolhe qual jogo iniciar a partir de um menu introdutório. Essa escolha é relevante: 3 já estabeleceu expectativas altas com mecânicas modernizadas e qualidade artística HD-2D, então 1 e 2 foram readaptados com essa mesma linguagem visual — o resultado visual casa muito bem com o tom “aconchegante” das cidades, melodias e narrativa tradicional.

O HD-2D continua funcionando perfeitamente para a estética de Dragon Quest: é bonito, detalhado e transmite aquela sensação de “mundo de contos” que a série sempre teve. Testei no modo portátil do Nintendo Switch 2 e o desempenho foi fluido; isso me deixou confiante de que vou preferir jogar a versão final em handheld quando lançar.

Combate: um jogo, duas filosofias

O que mais chama atenção não é só o visual, mas como cada jogo empurra a jogabilidade em direções diferentes devido às suas estruturas originais. Dragon Quest 1 mantém a proposta original: você controla um único herói durante toda a aventura. Não há recrutamento de party members — é só você. Isso muda radicalmente a abordagem de batalha. Em um RPG tradicional com equipe, o herói pode atacar enquanto um curandeiro segura a barra de HP; aqui, moves de bônus defensivo e aumento de evasão voltam a ser escolhas estratégicas essenciais.

Passei por uma luta contra Robbin’ ‘ood saindo da Roadside Inn e precisei usar absolutamente todos os itens de cura para vencer — foi tenso na medida certa. Essa sensação de “um contra o mundo” pode afastar quem prefere combate mais assistido, mas oferece uma experiência de RPG mais pura e punitiva. Você prefere esse tipo de desafio ou acha que um sistema com party é mais divertido?

Dragon Quest 2, por sua vez, traz uma party de quatro no campo de batalha, o que já alivia essa solidão. No preview fui colocado num calabouço alto, claramente sublevelado, e a sensação de ser esmagado me mostrou que o remake manteve a dificuldade original em muitos pontos — mas não sem ferramentas modernas para suavizar a curva.

Opções modernas que respeitam o clássico

Uma das vitórias do remake do 3 foi introduzir qualidade de vida sem quebrar o jogo: aceleração de batalhas, IA configurável para os personagens, e um modo fácil que tirava a morte do jogo. 1&2 trazem essas opções de volta e introduzem ajustes relevantes. Além de poder ligar ou desligar o modo fácil, há uma alternativa que permite jogar mais acessível sem tornar os personagens invencíveis — ótimo para quem quer menos frustração sem perder stakes.

A novidade mais prática é a ajuda contextual de combate que destaca quais movimentos e magias são eficazes contra cada inimigo. Esse assistente pode ser desativado, mas é uma mão na roda para quem faz grinding ou está aprendendo fraquezas elementais e tipos de inimigo. Ainda é possível ativar autocombate e definir estratégias, então o remake alcança um bom equilíbrio entre purismo e comodidade.

“há um modo fácil chamado Dracky Quest em que seus personagens não podem morrer.” — Logan Plant

Além das opções de batalha, o remake promete conteúdo novo: a Square Enix divulgou que haverá uma “reviravolta” com bastante conteúdo inédito que não estava nos originais. Não tinham detalhado na demo, mas isso pode significar quests adicionais, eventos ou expansão de lore — algo que pode tornar o pacote essencial mesmo para quem já jogou os clássicos.

Bugs e performance: na minha sessão não notei quedas significativas de frame nem glitches gráficos relevantes. A arte HD-2D — sprites 2D sobre ambientes ricos em iluminação e depth — se sai ótima tanto em handheld quanto em dock, segundo o que vi. Em termos de som, os temas clássicos foram preservados com arranjos que respeitam a originalidade, o que ajuda na imersão.

Dragon Quest 1&2 HD-2D Remake chega em 30 de outubro para Nintendo Switch 2, Switch, PlayStation 5, Xbox Series X|S e PC. Mesmo que 1 e 2 não tenham o mesmo carinho histórico dos fãs que 3 recebeu, essa dupla tem potencial para mostrar por que os pilares originais da série ainda funcionam hoje.

Se você é fã de remakes que valorizam mecânica tanto quanto estética — e gosta de decisões de design que respeitam o jogo original sem ser purista a ponto de ignorar o conforto moderno — vale ficar de olho. Dragon Quest 1 oferece um passo a mais em desafio solo, enquanto o 2 recupera o ritmo clássico de party e exploração, adicionando ferramentas que tornam a experiência mais acessível sem desvirtuar o espírito do JRPG. E você, vai começar pelo 1 ou pelo 2 quando chegar?