A primeira rodada da IEM Chengdu 2025 trouxe resultados díspares para os brasileiros: paiN foi atropelada pela Spirit e caiu para a lower bracket do Grupo A, enquanto a FURIA passou com folga e já está na semifinal upper do Grupo B. Em termos práticos, a diferença entre as duas partidas foi clareza tática contra execução individual — e isso refletiu nos números. Quer entender onde cada time errou e onde brilhou? Vamos destrinchar com foco em desempenho, estatísticas e impacto para o bracket.
paiN x Spirit — execução e leitura de jogo
A paiN perdeu por 0-2 (Ancient 7-13; Nuke 11-13). Nos dois mapas faltou consistência defensiva e transição rápida entre eco e compra completa. No geral, Rodrigo “biguzera” Bittencourt foi o destaque brasileiro com 34-28 (ADR 76.5, rating 1.07), mas o time como um todo sofreu: dgt teve -16 de diferencial, e dav1deuS e snow ficaram abaixo do impacto necessário para virar rounds decisivos. Do outro lado, a Spirit mostrou veterania: sh1ro com 36-17 e ADR 87.4 foi letal em situações de trade e em entradas; donk e zweih também produziram ratings altos e segurança nos cenários de post-plant.
Importante contextualizar métricas rapidamente: ADR (Average Damage per Round) mede dano médio por round — bom indicativo de controle de pegações e trades; KAST indica porcentagem de rounds em que o jogador participou de kill/assist/survive/assist (relevante para avaliar confiabilidade em rounds fechados); rating 3.0 junta várias métricas para dar uma visão consolidada de performance. No caso, a Spirit teve players com ADR e KAST superiores, traduzindo-se em rounds consistentes. A Spirit controlou os mapas com clareza, especialmente nas rotas de A de Nuke. A paiN agora encara a TYLOO na lower bracket do Grupo A nesta terça às 6h30 — uma partida que exige rápida correção de rota ou a eliminação precoce da equipe brasileira.
FURIA x Lynn Vision — domínio absoluto
A FURIA venceu 2-0 (Dust2 13-8; Overpass 13-2) com uma atuação muito sólida coletiva. Danil “molodoy” Golubenko comandou com 36-13, ADR 91.4 e rating 1.73, enquanto KSCERATO e yuurih também entregaram números altos, sustentando pressão nos dois lados do mapa. Molodoy foi absolutamente dominante — influenciando rounds tanto no TR quanto no CT. A leitura do jogo e as rotas coordenadas de FURIA desmontaram o esquema da Lynn Vision, que não conseguiu encaixar trades regulares; nenhum jogador chinês teve rating acima de 0.81 naquele confronto.
Taticamente, a FURIA mostrou variação nas execuções: entradas rápidas em Dust2 e controle de meio/rotas em Overpass que impediram a Lynn Vision de ganhar ritmo. YEKINDAR e FalleN contribuíram com utilitários e impacto em posicionamentos-chave, mesmo que os números individuais não tivessem explodido tanto quanto os dos destaques.
E agora?
A FURIA vai encarar a G2 na semifinal upper do Grupo B na noite desta segunda às 23h — jogo grande, com alto déficit de margem de erro. A paiN precisará ajustar leitura de mapa e economias para superar a TYLOO e respirar na competição. A IEM Chengdu ainda tem muita história pela frente; quem evolui mais rápido entre leitura tática e execução individual vai longe. Quer ver qual time brasileiro reage melhor sob pressão? Fique de olho nas próximas partidas.