Legion Go S lidera desempenho; Steam Deck OLED oferece melhor custo‑benefício

O post compara os melhores handheld PCs gamers: Steam Deck (custo-benefício), Lenovo Legion Go S (potência SteamOS), Asus ROG Ally X (Windows, autonomia) e Legion Go (tela grande).
Escrito por:
Lucas Amaral

O mercado de PCs portáteis para jogos já não é mais nicho — virou uma corrida de designs e engenharia. Se antes a Valve deu a fagulha com o Steam Deck, hoje temos alternativas que empurram performance, bateria e telas pra níveis que faziam falta lá atrás. Neste guia eu destrincho quatro opções que testei ou avaliei a fundo: desde o custo-benefício clássico do Steam Deck até as promessas de alto desempenho do Lenovo Legion Go S e do Asus ROG Ally X. Vou além do marketing: falo de como cada um roda jogos pesados, de como esquentam, quanto dura a bateria, e o que esperar da experiência prática — sem enrolação. Pronto pra descobrir qual handheld encaixa no seu perfil? Vamos lá.

Lenovo Legion Go S (Z1 Extreme, SteamOS) — o melhor handheld gaming PC

Specs essenciais: AMD Z1 Extreme (CPU+GPU), 32 GB LPDDR5 @ 6.400 MHz, SSD NVMe 1 TB, peso ~730 g, SteamOS nativo.

A história do Legion Go S é interessante: o modelo inicial veio com um chip menos competente e Windows instalado, e a reação foi meio fria. Lenovo corrigiu a rota: trocou para o Z1 Extreme e trouxe SteamOS como sistema padrão. Resultado? Performance muito melhor nas simulações e uma experiência muito mais afinada por conta do Proton e da pilha da Valve. Em benchmarks sintéticos, a unidade com SteamOS superou o Asus ROG Ally X em até ~9% — isso em cargas onde CPU+GPU precisam trabalhar junto.

A pegada física é grande: é um aparelho mais “chunky”, mas ergonomicamente acertado. Bordas arredondadas, traseira texturizada e controles bem posicionados fazem longas sessões mais confortáveis. A tela é um LCD de alta qualidade — sim, OLED tem seus méritos, mas essa tela entrega contraste e nitidez muito bons sem aquele risco de burn-in. E sim, o Legion Go S empurra Baldur’s Gate 3 em 60 fps estáveis em configurações bem ajustadas — algo que o Steam Deck padrão ainda não consegue com a mesma estabilidade.

Pontos fortes: desempenho bruto por watt, SteamOS bem integrado, boa ergonomia e tela de qualidade. Ponto fraco: bateria que deixa a desejar para quem joga sem plug por horas seguidas. Se você prioriza jogar títulos AAA com gráficos elevados e prefere uma solução que “simplesmente funcione” com a biblioteca Steam, este é um candidato forte. Se você quer potência pura, o Z1 Extreme é o chip a perseguir.

Asus ROG Ally X — o melhor Windows handheld

Specs: AMD Z1 Extreme, 24 GB LPDDR5 @ 7.400 MHz, SSD 1 TB, peso ~676 g, bateria 80 Wh, duas portas USB-C (uma com Thunderbolt 4).

A Asus revisou o Ally e fez escolhas pragmáticas: mais RAM e muito mais bateria. O salto de 16 para 24 GB LPDDR5 em 7.400 MHz traz ganhos reais — nos nossos testes correndo cargas de jogos e multitarefa, vimos ganhos médios de 12–15% em relação ao modelo anterior. A vantagem prática? Menos engasgo em títulos mal otimizados, menos stuttering ao trocar configurações e mais margem pra rodar utilitários do Windows em segundo plano.

O Ally X é claramente voltado pra quem quer Windows por default. A dupla USB-C com Thunderbolt 4 amplia conectividade — docking reversível, eGPU (quando compatível), e transferência rápida de dados. O sistema de resfriamento foi recalibrado, e a carcaça ficou um pouco mais pesada, mas isso foi em nome de temperaturas mais controladas e de uma autonomia bem superior graças à bateria de 80 Wh. Ainda usa IPS, então se você parte do princípio de querer OLED, pode se frustrar; mas a calibragem de cor e a taxa de atualização fazem um trabalho sólido.

Pontos a favor: memória rápida, autonomia muito melhor, Windows sem gambiarra. Contras: display IPS em pleno 2025 ainda — quem busca cores e pretos perfeitos pode preferir OLEDs rivais. Quer flexibilidade total (Steam, Epic, jogos fora do ecossistema, simuladores com mods)? O Ally X é a alternativa mais direta ao laptop, só que portado.

Valve Steam Deck (OLED) — o melhor custo-benefício

Specs: CPU AMD Zen 2 (4c/8t), GPU RDNA 2 (8 cores), 16 GB LPDDR5, versão OLED com painel 7” 1200×800, SSD 256 GB (modelos variam).

O Steam Deck foi o dispositivo que colocou muita gente no caminho dos handheld PCs. A versão OLED moderniza a proposta: mesma resolução tradicional do Deck (1200×800), mas com o contraste, os pretos e as cores melhores — e pegada de bateria ligeiramente superior por conta da eficiência do painel. Tem o trunfo do SteamOS e do Proton: muitos jogos “apenas rodam” sem você precisar mexer em compatibilidade.

É o melhor custo-benefício porque entrega performance sólida por um preço bem abaixo das alternativas de topo. A ergonomia e o layout dos controles ainda são referência. Onde o Deck tropeça é em limites de hardware: em títulos ultra-pesados você vai precisar ajustar detalhes gráficos e/ou usar o modo de desempenho dinâmico. Ainda assim, ele é confortável, confiável e perfeito pra quem vive no ecossistema Steam e quer algo que funcione sem muita configuração.

Pontos fortes: preço, integração com Steam, controle excelente. Ponto fraco: vida de bateria costuma ser curta em jogos pesados e o hardware é mais limitado frente aos novos Z1 Extreme.

Lenovo Legion Go — o melhor para visual imersivo (tela grande)

Specs: AMD Ryzen Z1 Extreme, 16 GB LPDDR5X, SSD 512 GB, tela 8.8” 1600p, peso ~640 g, Windows 11.

Se a sua prioridade é tela, o Legion Go é uma declaração de intenções: display QHD-ish de 8.8 polegadas em um formato de tablet com controles acoplados. Isso muda totalmente o consumo: rodar nativamente em 1600p exige muito mais do Z1 Extreme, então em muitos jogos você vai precisar reduzir resolução ou afinar as configurações pra manter framerate alto. Para quem curte ajustes e gosta de controlar cada detalhe gráfico, isso é aceitável; para quem quer “plug and play”, pode ser incômodo.

A experiência Windows 11 abre possibilidades — emuladores, jogos fora do Steam, softwares de streaming e tudo que um PC tradicional roda. Mas cuidado: o formato grande torna o aparelho menos portátil (é maior que a maioria dos concorrentes) e a ergonomia exige adaptação se você tem mãos pequenas. É claramente voltado para quem quer uma telona portátil com qualidade.

Pontos positivos: melhor display do grupo, performance adaptada a resoluções altas. Negativo: tamanho e necessidade de ajustes para manter fps estáveis.

Handhelds já não são brinquedos — são PCs de bolso com escolhas técnicas reais.

Perguntas frequentes práticas (FAQ)

FAQ: o que você precisa saber antes de comprar

– Devo pegar um handheld ou um notebook gamer?
Depende: se você quer algo para jogar em trânsito, com boa autonomia e que ocupe pouco espaço, o handheld ganha. Se seu foco é maximalismo gráfico, produtividade pesada (render, edição complexa) ou upgrade fácil, o laptop é mais indicado. Handhelds brilham pela eficiência térmica e portabilidade; laptops por potência bruta e flexibilidade.

– Qual sistema escolher: SteamOS ou Windows?
SteamOS facilita muito a vida se sua biblioteca é majoritariamente Steam e você quer “ligar e jogar”. Windows abre acesso total à biblioteca PC, ferramentas e compatibilidade nativa, mas exige mais manutenção e lida com maior consumo de energia. Quer simplicidade? SteamOS. Quer liberdade? Windows.

– O que é mais importante: chip (Z1 Extreme) ou RAM rápida?
Ambos contam. O Z1 Extreme define a base de CPU e GPU — é o fator mais direto no desempenho gráfico e em simulações. Memória rápida (especialmente LPDDR5 em frequências maiores) reduz gargalos em streaming de assets e em programas que usam muita RAM. No global, o chip manda, mas RAM lenta pode estrangular ganho de FPS em situações exigentes.

– Vale a pena gastar mais no Legion Go S vs Steam Deck?
Se sua prioridade é desempenho consistente em AAA com configurações elevadas, sim — o Go S oferece mais potência por watt e melhor tela. Se orçamento e simplicidade são prioridade, o Steam Deck é a pedida.

– E o Switch 2? Como fica nessa dança?
O Switch 2 promete desempenho superior ao Steam Deck nas comparações iniciais. Mas o ecossistema é diferente: jogos otimizados para Switch tendem a tirar proveito específico. Se sua biblioteca é majoritariamente Nintendo, Switch 2 é a escolha natural. Para PC puro, os handhelds aqui ainda fazem sentido.

Considerações finais
O mercado de handheld PCs hoje é saudável e fragmentado por uma razão: cada aparelho atende a um perfil de jogador. Se você quer o equilíbrio entre custo, ergonomia e que “simplesmente funcione” com sua conta Steam, o Steam Deck OLED é difícil de bater. Se o requisito é Windows sem compromissos e autonomia real para longas sessões, o Asus ROG Ally X é a escolha lógica. Para quem quer potência máxima em SteamOS e imagem de primeira, o Lenovo Legion Go S é o mais indicado — mesmo pagando um pouco mais. E se a prioridade é a melhor experiência visual em um formato portátil, o Lenovo Legion Go com sua tela 8.8” é insubstituível.

Então, qual leva seu dinheiro? Você prefere simplicidade, flexibilidade, tela ou brute force? Pense no que acaba pesando mais nas suas sessões de jogo: autonomia, portabilidade, ou fidelidade visual. Testar na mão, quando possível, ainda é o melhor termômetro — sensações de pegada e calor afetam muito mais a experiência real do que números frios. E você, qual prioridade vai pesar na hora da compra?