Octopath Traveler 0 no Nintendo Switch 2: Só Em Game-Key Card e Sem Atualização Física—Entenda a Polêmica

A revelação de que Octopath Traveler 0 para Nintendo Switch 2 terá apenas uma “edição física” em forma de Game-Key Card, e não um cartucho tradicional, deixou muita gente irritada. Depois do anúncio durante o Nintendo Partner Direct, a empolgação deu lugar à frustração ao descobrir que, mesmo comprando a caixa, o jogador ainda precisa baixar o jogo.

Os principais varejistas – Amazon, Best Buy e até o site da Square Enix – já listam todas as edições para Switch 2 com o selo Game-Key Card no lugar de um cartucho físico. Isso vale até para a tão desejada Collector’s Edition de US$ 230. Nas outras plataformas (PS5, PC), a caixa traz o disco ou a mídia física de fato. Já no Switch original, a versão física ainda vem num cartucho convencional.

O golpe final fica por conta da ausência de upgrade: a Square Enix confirmou em suas redes sociais que a edição do Nintendo Switch 1 não oferece nenhuma forma de atualização para a versão do Switch 2. Sem opção, quem comprar o cartucho “tradicional” do primeiro console estará sem caminho de atualização quando migrar para o hardware mais recente. Ou aceitar baixar de novo, ou ficar limitado a uma cópia digital via chave.

Por que isso incomoda tanto? Bem, um Game-Key Card tem apenas um código de download. O jogo não está “na mídia”, mas sim num servidor, exigindo conexão e tempo de espera. Sabe quantas horas você gastaria baixando 5 GB? Além de questionar a conveniência, há o debate sobre direitos de propriedade digital. Quantos de nós pagamos caro por uma caixinha bonita e depois ficamos presos a servidores?

Quem liga para essa discussão? Surpreendentemente, muita gente. Colecionadores querem a praticidade de botar o cartucho na bandeja e jogar sem delay. E há quem se incomode com a ideia de não ter um backup físico real. “O atrativo de ter a versão em mídia é justamente não precisar ficar baixando e reinventar a conexão toda vez”, comenta um fã em fórum especializado.

O histórico recente da Square Enix só reforça o receio. Bravely Default 1 HD Remaster para Switch também saiu só em Game-Key Card. Muitos se perguntam: será esse o padrão para todos os lançamentos da empresa nessa plataforma? E se novos títulos como The Adventures of Elliot: The Millennium Tales seguirem o mesmo caminho, será a gota d’água para a comunidade?

Por que adotar Game-Key Cards?

De acordo com Daniel Ahmad, diretor de pesquisa e insights da Niko Partners, a estratégia tem dois lados. Por um lado, permite lançar jogos grandes sem o limite de espaço dos cartuchos. Octopath Traveler 0 pesa cerca de 5 GB, o que já consumiría cartuchos mais caros de 64 GB. Por outro, o uso de cartões com códigos pode reduzir custos de produção em comparação aos cartuchos de alta capacidade.
“Um lembrete de que key cards serão a maioria das versões iniciais quando se constrói um console que dependa de tecnologia microSD Express. Ou você usa um cartucho de 64 GB e precifica seu jogo acima de US$ 60 para manter a margem de PS5, ou usa key card e consegue preço mais baixo”, explica Ahmad.

Mesmo com a justificativa econômica, muitos fãs veem isso como um retrocesso na relação consumidor-plataforma. A dúvida que fica é: a Nintendo planeja manter esse modelo em futuros lançamentos, ou veremos um revés pela pressão da comunidade? Resta saber se a gigante japonesa vai ceder ao feedback ou insistir no formato digital-que-se-veste-de-físico.

Para quem já estava com o coração apertado para reexplorar o universo de Octopath em um hardware mais potente, a notícia chega como um balde de água fria. Agora, é impossível separar a excitação de novidade do desconforto de ter que lidar novamente com downloads e licenças digitais – um lembrete de que, em 2025, nem todo “físico” é realmente físico.