O MIBR tem novo dono: a Spun Mídia, empresa que já é sócia da LOS, comprou a organização tradicional do cenário brasileiro. Em entrevista à HLTV, João Pedro Manetti, dono da Spun, explicou os motivos da aquisição e deixou claro qual será o foco a partir de agora: expansão, profissionalização e maior presença internacional. Não é uma compra por nostalgia — é uma estratégia de crescimento, com estruturas e investimentos pensados para escalar a marca e a competitividade.
EZOR e investimentos
A grande novidade operacional é a criação da EZOR, uma holding dedicada a esports que vai dirigir os aportes nas equipes do grupo. “Temos como foco expandir para outras modalidades competitivas, ser cada vez mais relevante competitivamente em nível mundial. Além disso, junto à aquisição do MIBR estamos fundando a EZOR, que vai ser nossa divisão de esports. A EZOR é um holding com foco em investir R$ 100 milhões nos próximos cinco anos dentro do mercado para expandir mais ainda as comunidades e levar o Brasil para mais competições internacionais.” — João Pedro Manetti Esse número, R$ 100 milhões nos próximos cinco anos, mostra que o projeto não é tímido: trata-se de capital para estruturar times, marketing, conteúdo e atuação em eventos internacionais.
O foco em multiplataforma e em diferentes títulos é claro. A pergunta que fica é óbvia: quais modalidades devem vir primeiro? A lógica técnica indica priorizar cenas com retorno de visibilidade e estrutura competitiva já estabelecida — como CS2, VALORANT e jogos de luta ou de equipe com torcidas fortes — mas também abrir espaço para apostas estratégicas.
Estrutura e metas competitivas
Manetti garante que a base do MIBR continuará intacta, mas com reforços na gestão. “O MIBR segue trabalhando com a mesma estrutura que já existia, e agora vamos trazer o Alexandre Kakavel como braço direito dentro da EZOR. Ele vai auxiliar nas questões competitivas com a expertise que ele tem e auxiliar dentro deste foco.” — João Pedro Manetti Ou seja: manutenção operacional com adição de know-how competitivo da LOS, uma decisão inteligente para reduzir atrito na transição.
Sobre a lineup de CS2, o discurso é pragmático: busca por competitividade acima de tudo. “O mais importante não é sempre ter um time 100% com jogadores brasileiros, mas assim ser competitivo e trazer conhecimentos de fora para dentro. Então, é conseguir fazer com que o time seja melhor no geral, seja mais competitivo no geral, mantendo nossos objetivos.” — João Pedro Manetti Essa postura abre espaço para misturas de nacionalidades em busca de performance e aprendizado tático.
Por fim, os objetivos corporativos também foram mencionados. “Acho que no curto prazo, o nosso grande objetivo é seguir potencializando talentos, como já estamos fazendo. Falando especificamente do CS, temos o time academy e o time feminino, que também se potencializam com isso. O nosso grande objetivo como uma empresa de publicidade é conseguir levar estratégias diferentes para dentro do mercado, tornar o mercado mais saudável e conseguir gerar mais resultados a partir disso.” — João Pedro Manetti A aposta é dupla: desenvolver talentos internamente enquanto se testa novas estratégias de publicidade e monetização. Vai funcionar? Só o tempo e os resultados nas competições vão dizer — e nós vamos acompanhar cada passo.