The Sims – criadores como LilSimsie deixam EA Creator Network após venda de US$55 bilhões ao PIF

A venda da Electronic Arts para investidores conservadores gerou protestos na comunidade de The Sims 4, com criadores temendo perda de diversidade e representatividade no jogo.
Escrito por:
Marina Lopes

O anúncio da venda da Electronic Arts para um grupo de investidores liderado pelo Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita (PIF), Silver Lake e a Affinity Partners de Jared Kushner — negócio estimado em cerca de US$55 bilhões — deixou a comunidade de The Sims 4 em polvorosa! Criadores de conteúdo que sempre fizeram do jogo um espaço diverso e acolhedor estão saindo do EA Creator Network em protesto, temendo que os valores conservadores documentados de alguns dos compradores possam mudar o rumo do jogo que tanto amamos. Quem diria que uma notícia corporativa ia mexer tanto com nossos corações simísticos, né?!

Muitos criadores famosos reagiram de forma visceral. Kayla “LilSimsie” Sims, uma das maiores vozes do game, disse que a notícia a devastou e que o cenário é “um pesadelo para nossa comunidade”. “A notícia da venda me devastou… Esta situação é um pesadelo para nossa comunidade.” — Kayla “LilSimsie” Sims Ela já pediu para sair do EA Creator Network: isso significa que não vai mais receber acesso antecipado aos packs e nem terá código de criadora. “Decidi me retirar do EA Creator Network. Não vou mais receber acesso antecipado aos packs de Sims, e não terei um código de criadora.” — Kayla “LilSimsie” Sims Emocionada, ela também pediu calma à comunidade para não atacar outros criadores que tomarem decisões diferentes. “Peço que, por favor, não assediem outros criadores de Sims sobre suas decisões a respeito do jogo e da rede de criadores.” — Kayla “LilSimsie” Sims

Outros nomes conhecidos também pularam fora: Jesse “Plumbella” McNamara, DevonBumpkin, Vixella e James Turner anunciaram que deixaram a rede ou que não vão mais produzir conteúdo em torno de futuros lançamentos. Plumbella resumiu bem o dilema: “Devido à venda recente, pedi para sair do EA Creator Network, e não vou comprar nem fazer conteúdo sobre futuros lançamentos.” — Jesse “Plumbella” McNamara Ela comentou ainda que se sente em posição privilegiada para tomar essa decisão com facilidade, e que não julga quem optar por ficar. “Acho que tomar essa posição é o certo pra mim pessoalmente, mas não vou julgar ninguém por sua decisão.” — Jesse “Plumbella” McNamara

O medo aqui vai além de discordâncias políticas: é sobre a identidade de um universo digital que sempre celebrou inclusão, diversidade e representatividade. Criadores temem que decisões de novos donos possam restringir conteúdo, limitar narrativas ou simplesmente sinalizar que certos públicos não são bem-vindos. Quem construiu carreira em cima de um jogo que promove autenticidade e expressão pessoal agora tem de decidir entre preservar valores ou manter o ganha-pão. Difícil, né?!

A Electronic Arts respondeu oficialmente através das contas sociais de The Sims, tentando acalmar os ânimos e reafirmar compromissos com a comunidade. “Respeitamos profundamente que cada pessoa vive The Sims à sua maneira e fará escolhas que sejam certas para ela. Nossa missão, valores e compromisso permanecem os mesmos. The Sims sempre será um espaço onde você pode expressar seu eu autêntico.” — EA (via contas oficiais de The Sims) Será que isso basta pra acalmar quem se sente traído? Será que promessas públicas resistem a mudanças no conselho e na cultura corporativa? Perguntas importantes — e preocupantes.

No radar maior, o PIF já vem investindo pesado no mercado de games e tecnologia: em 2022 passou a ser um dos maiores acionistas da Nintendo e recentemente teve papel em aquisições que envolveram estúdios e portfólios de jogos. Isso aumenta a sensação de que decisões estratégicas podem vir de interesses muito maiores do que simplesmente “o bem do jogo”. É normal sentir medo quando um pedaço da nossa cultura gamer pode ser decidido em uma sala de reunião do outro lado do mundo. Quando o que está em jogo é a segurança e a representatividade da nossa comunidade, cada escolha conta — e como!

E agora? Criadores estão organizando ações, manifestações diversas e discussões públicas sobre os próximos passos. Alguns esperam que a pressão de criadores e fãs faça a EA reconsiderar impactos a longo prazo; outros se preparam para seguir caminhos independentes, longe de privilégios como acesso antecipado e códigos. E você, o que faria no lugar deles? Ficaria por lealdade, ou sairia em protesto para defender o que acredita?

No fim das contas, essa história é sobre poder, valores e o quanto a comunidade pode (e deve) cobrar transparência e responsabilidade das grandes empresas. The Sims sempre foi mais que um jogo: é um espaço de expressão. Vamos acompanhar de olhos bem abertos e continuar fazendo barulho — juntos — se necessário!