Vampire: The Masquerade – Bloodlines 2 virou uma pequena tempestade nas redes este mês: a escolha de travar duas famílias de vampiros como conteúdo pago gerou tanta reclamação que a Paradox decidiu recuar parcialmente — começando por reembolsos de pré-venda na PlayStation Store e prometendo “grandes mudanças” antes do lançamento. Mas o que realmente aconteceu e por que isso é tão sensível para a comunidade? Vamos destrinchar os passos e implicações.
O que mudou e por que a comunidade reagiu
O núcleo da polêmica é simples e técnico: o jogo foi anunciado com quatro clãs jogáveis na versão base — Brujah, Tremere, Banu Haqim e Ventrue — enquanto dois clãs clássicos foram adicionados pelo estúdio The Chinese Room como parte do pacote Shadows and Silk (DLC de $21,99) ou incluídos na edição Premium de $89,99. A edição padrão custa $59,99. Isso significa que, no dia 1, o “roster completo” do lançamento estava dividido entre conteúdo padrão e conteúdo pago.
A percepção de muitos jogadores é que a experiência principal foi dividida artificialmente, forçando quem quiser o elenco tradicional completo a pagar a mais. No gamescom 2025, um representante da Paradox justificou a escolha como uma decisão comercial, o que só inflamou ainda mais as reações. “Foi uma decisão de negócio,” disse um representante da Paradox no gamescom.
Diante do refluxo de críticas, a Paradox anunciou ajustes: a conta oficial de Bloodlines 2 postou que está “fazendo ajustes” e que detalhes seriam compartilhados em 17 de setembro. A publicação também informou que pré-vendas na PlayStation Store seriam reembolsadas em 8 de setembro e que será possível pré-encomendar novamente antes do lançamento em 21 de outubro. “Estamos fazendo ajustes e vamos compartilhar os detalhes em 17 de setembro. Pré-vendas na PS Store serão reembolsadas em 8 de setembro. Vocês poderão pré-encomendar novamente antes do lançamento em 21 de outubro,” postou a conta oficial de Bloodlines 2.
A reação dos fãs foi imediata e direta: muitos exigem que Lasombra e Toreador sejam incluídos no jogo base. “Honestamente, nada menos que incluí-los no jogo base me faria mudar de ideia,” disse um usuário nas redes sociais. Outro comentário resume a demanda comum: “A única forma de recuperar a confiança da comunidade é vender o jogo base com todos os clãs disponíveis e colocar expansões com histórias secundárias e cosméticos separadamente,” afirmou outro usuário. Houve até agradecimento pela resposta rápida: “Estou muito animado e esperançoso de ver o que vocês vão propor para os dois clãs trancados atrás do DLC. Obrigado por ouvir a comunidade,” escreveu um fã.
Essa reação não é só paixão: é uma questão de percepção de valor e respeito à narrativa original. Se a Paradox quer que Bloodlines 2 sobreviva ao lançamento sem se afundar em boicotes e reviews negativos, precisa resolver isso de forma clara e limpa.
Bloodlines 2 já teve um desenvolvimento atribulado e adiamentos de alto perfil; é um lançamento estratégico para a Paradox. A empresa provavelmente percebeu que manter os clãs travados poderia custar mais em confiança e vendas do que os ganhos imediatos do DLC. Resta agora aguardar a apresentação das “grandes mudanças” prometidas — e torcer para que incluam uma solução que respeite tanto a franquia quanto a base de fãs. Afinal, como devolver credibilidade custa muito mais do que devolver pré-vendas.
