Vazam screenshots supostamente do God of War multiplayer cancelado da Bluepoint

Vazamentos mostram projeto multiplayer de God of War live-service da Bluepoint, com ambientes dinâmicos, mistura de panteões grego e nórdico, e desafios técnicos e narrativos complexos.
Escrito por:
Lucas Amaral

No começo do ano soube-se que a Sony abortou dois jogos live-service não anunciados em desenvolvimento na Bend Studio e na Bluepoint — e agora surgiram vazamentos que parecem ser do projeto multiplayer de God of War da Bluepoint. Um conjunto de screenshots publicadas pelo MP1st mostra ambientes que remetem novamente à Grécia antiga, com cavernas, templos e áreas que sugerem mudanças de estado ambiental — tudo isso em um visual que, pelo que se vê, buscava mesclar fidelidade artística com mecânicas dinâmicas de mundo.

O que os vazamentos mostram

As imagens incluem duas capturas da suposta Hades’ Armory no mesmo ponto, uma em estado “normal” e outra aparentemente infectada por uma maldição ou dimensão alternativa, com manchas cor de ferrugem espalhadas pelo cenário. Isso indica um sistema de transformação de áreas — talvez um efeito global do live-service que altera zonas por eventos temporários. Hades, apesar de ter sido um antagonista secundário inicialmente, tornou-se central em God of War III antes de sua morte — então a presença dele aqui levanta uma questão narrativa complexa: como reintroduzir um deus já morto sem quebrar o cânone? Seria por corrupção espiritual, ressurgimento divino ou manipulação temporal?

A presença de elementos “nórdicos” nas imagens também chama atenção: parece que a Bluepoint experimentava combinar estéticas e mecânicas de panteões diferentes, o que faria sentido em um modelo live-service que precisa de variação contínua de conteúdo. E quanto à jogabilidade multiplayer? Live-service multiplayer sugere sistemas de progressão contínua, eventos em mundo compartilhado e possivelmente modos co-op/versus. Como eles equilibrariam a identidade brutal e centrada em Kratos com mecânicas pensadas para muitos jogadores? Perguntas como essa mostram o tamanho do desafio técnico e narrativo.

“Porque me tornei mais conhecido como Teal’c de Stargate, ir para o Egito seria um fechamento do meu ciclo”, provocou Christopher Judge. “Mas seja o que for decidido — espere… se houver outro jogo, não tenho dúvidas de que qualquer panteão será ótimo.” — Christopher Judge.

Enquanto isso, a franquia continua atraindo outras mídias: Ronald D. Moore está à frente da série live-action da Amazon, o que mantém o interesse alto mesmo sem anúncio oficial de um novo jogo. Os vazamentos deixam claro que havia ambição técnica e narrativa em jogo — misturar panteões, estados de mundo dinâmicos e multiplayer exige infraestrutura robusta. Se a Sony voltar a explorar God of War em formato live-service ou em um retorno à narrativa tradicional, a decisão vai definir o futuro criativo do estúdio e as expectativas dos fãs.