A RGG Direct 2025 veio quente: Yokoyama e equipe revelaram oficialmente o remake de Yakuza 3 — agora intitulado Yakuza Kiwami 3 — acompanhado por um spin-off chamado Dark Ties. Para quem acompanha a série desde o PS3, isso é praticamente um relançamento geracional com músculo técnico por trás. O anúncio deixou claro que não é só um polimento cosmético; é um recomeço que mexe em roteiro, cenas, dublagem e sistema de combate. Quer saber se vale a pena investir tempo e grana? Vou destrinchar o que mudou, o que esperar em performance e como isso impacta a experiência de jogo.
Yakuza Kiwami 3 — remake do zero
“[Kiwami 3] é um remake total de Yakuza 3 de 2009. Reconstruímos do zero usando a tecnologia mais recente desenvolvida pela nossa talentosa equipe”, disse Ryosuke Horii. A fala já indica uma reconstrução técnica profunda: novas animações, captura de movimento e cenas regravadas. O estúdio destacou que várias cutscenes foram adicionadas ou expandidas para aprofundar motivações dos personagens — Kiryu, Rikiya Shimabukuro e antagonistas como Mine, Kanda e Hamazaki — com foco no “condição humana e conexão”. “Recriamos pensamentos e ações para melhor representar a condição humana e a conexão”, completou Horii.
Do ponto de vista técnico, reconstruir do zero significa modelagem de personagens em maior resolução, iluminação dinâmica modernizada e captura facial potencialmente em maior fidelidade. Também é sinal de que o estúdio está disposto a redesenhar cenários e fluxos de cutscene para aproveitar CPUs/GPUs atuais. Isso quer dizer gráficos mais limpos, animações mais naturais e cenas que podem alterar resultado narrativo — não é só pixel shader novo. Além disso, há regravação de falas e linhas novas: ideal para quem percebeu limitações de dublagem no original.
Horii também deixou claro que a abordagem foi agressiva, não conservadora: “Para superar a nós mesmos e criar um jogo que todos amem, não tomamos o caminho seguro de glorificar o passado com um remake simples; ao invés disso, adotamos uma abordagem mais agressiva para fazer Yakuza Kiwami 3”, disse Horii. Isso eleva expectativas — e o risco — de mudanças maiores no tom e na estrutura do original.
Sistema de combate e novas mecânicas
O combate foi reprojetado: teremos o estilo Dragon of the Dojima: Kiwami (esperado para manter a identidade de Kiryu) e um novo estilo chamado Ryukyu, inspirado nas artes marciais geracionais de Okinawa. Ryukyu aparentemente traz mecanicamente movimentos voltados ao ritmo e posicionamento, possivelmente com combos mais técnicos e foco em boxe/estratégia de proximidade. Ter duas modalidades dá flexibilidade para jogadores técnicos e casuais — e pode alterar a curva de dificuldade das lutas de chefes. Com animações refeitas e mocap mostrado no BTS, a sensação de impacto e responsividade deve melhorar bastante.
Dark Ties — spin-off e narrativa
Dark Ties é descrito como uma história nova que serve como prólogo para Yakuza 3, enfocando Yoshitaka Mine — presidente do clã Hakuho — pela primeira vez como protagonista. “Dark Ties é uma história nova, nunca antes vista”, disse Hiroyuki Sakamoto. O foco narrativo é a complexidade das relações no submundo, com combate centrado no boxe e um tom mais contido, quase um estudo de personagens com combate refinado. Em termos de gameplay, espere um action-adventure com ênfase em combates corpo-a-corpo arquitetados para contar a história através da luta.
Yokoyama também comentou o pacote: “Estamos desenvolvendo [Yakuza Kiwami 3 e Dark Ties] com o conceito ‘uma lenda renasce e um novo legado começa'”, disse Masayoshi Yokoyama. A data marcada é 12 de fevereiro de 2026, e já tem pré-venda aberta.
Ports, Director’s Cut e outras mídias
Yakuza Kiwami 1 e 2 chegam ao Nintendo Switch 2 em 13 de novembro de 2025 (físico e digital) e às demais plataformas — PC via Steam, PS5 e Xbox Series X/S — em 8 de dezembro de 2025. Yakuza 0: Director’s Cut, já no Switch 2, também desembarca nessas plataformas em 8 de dezembro de 2025. Essas datas mostram uma estratégia de escalonamento: Switch 2 pega os títulos primeiro, depois PC/consoles casuais recebem o pacote.
Também foi anunciado um projeto live-action de Yakuza 3 com Kiryu como protagonista; a equipe tem trabalho anterior em Nihon Touitsu, e haverá localização multilíngue. “Através da colaboração do jogo e do drama live-action temático sobre o submundo, estamos criando uma obra para tornar Yakuza mais acessível a quem não conhece a série”, disse Masayoshi Yokoyama.
Por fim, houve um breve BTS de Stranger Than Heaven (um olhar técnico em programação e mocap) e a menção vaga a um novo projeto de Virtua Fighter. Não teve muito detalhe, mas confirma que o estúdio está tocando múltiplos projetos simultâneos.
No fim, a impressão é de um pacote ambicioso: remake técnico, spin-off narrativo e relançamentos em múltiplas plataformas — tudo alinhado com o 20º aniversário da franquia em dezembro. Será que a reconstrução narrativa e as mudanças no combate vão agradar fãs puristas e novos jogadores ao mesmo tempo? Se a execução for tão cuidadosa quanto o estúdio promete — com mocap, regravações e novas animações — temos potencial para uma das melhores recriações de um título clássico.
